terça-feira, 22 de agosto de 2017

Psicologia COmunitaria


1. Psicólogo Comunitário.


A Psicologia Comunitária teve sua origem nos movimentos sociais comunitários (sobretudo no de saúde mental) de distintos países da América e Europa. Na Europa, o nascimento da psicologia Comunitária teve a mesma origem que a dos Estados Unidos, mas com certas variantes próprias, decorrentes da influência do Estado do Bem-Estar (GÓIS, 2005).  
Na América Latina, a expressão “Psicologia Comunitária” passou a ser utilizada a partir de 1975, com o objetivo de se fazer uma nova Psicologia Social, a partir da preocupação de alguns psicólogos de distintos países latino-americanos com os escassos resultados sociais da Psicologia Social tradicional e por haver uma grande necessidade de superar os graves problemas sócio-econômicos que ainda hoje afetam a região (GÓIS, 2005).
E é Góis (1990) quem melhor define esta prática: “Fazer psicologia comunitária é estudar as condições (internas e externas) ao homem que o impedem de ser sujeito e as condições que o fazem sujeito numa comunidade, ao mesmo tempo que, no ato de compreender, trabalhar com esse homem a partir dessas condições, na construção de sua personalidade, de sua individualidade crítica, da consciência de si (identidade) e de uma nova realidade social”.
Quando se foi delineada uma nova visão histórica da psicologia comunitária no Brasil, foi possível observar que os grupos, seja como recurso da pesquisa participante, seja como referência teórica, são os espaços privilegiados para uma análise teórico-prática dos avanços das consciências individuais envolvidas no processo (LANE, 1996).
, ele auxilia a Comunidade a identificar seus problemas e solucioná-los, por isso o trabalho em grupo.
A caracterização da Psicologia Comunitária, segundo Freitas (1996), constitui-se na realidade, como práticas ou intervenções inovadoras, criativas e revolucionárias, e não apenas um deslocamento do lugar em que se estabelece a relação da psicologia com setores populares. Para alguns a concepção de psicologia comunitária está relacionada apenas em bairros de periferia, favelas, cortiços ou, de certa forma, lugares que na sociedade se encontram uma desigualdade com baixas condições de moradia e desamparo social.
O trabalho em Comunidades é bastante complexo, o psicólogo que deseja trabalhar nesse campo enfrentará alguns desafios, dentre estes, necessita se “despir” do pensamento que já sabe tudo. A Comunidade já possui um saber próprio, que não é necessariamente um saber científico, contudo não deixa de ser um saber. E é a partir desse “saber comunitário” que as intervenções se iniciam. O psicólogo não fica em uma posição de ajudador da Comunidade, pelo contrário
De acordo com Angela Caniato, o psicólogo esbarra nos limites teóricos e técnicos de sua formação na universidade, que não lhe permite responder às demandas de atendimento psicossocialmente colocadas pelas populações. O cidadão desaparece sob o indivíduo doente que procura o psicólogo para se tratar (LANE, 1996).
Com base no desenvolvimento histórico da Psicologia Comunitária no Brasil e remetendo-se às situações atuais, pode-se ter o pretexto de se mensurar os desafios os quais devem ser enfrentados, tendo a profissão o respeito e compromisso com o desenvolvimento na elaboração de conhecimento, para assim favorecer a comunidade em seu tempo.

2. Desenvolvimento da Psicologia Comunitária no Brasil


Fonte: https://psicologado.com/atuacao/psicologia-comunitaria/psicologia-comunitaria-no-brasil-desenvolvimento-e-desafios © Psicologado.com

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

O QUE É NORMAL?:
Normal vem de norma que significa regra. Na maioria dos casos, ser normal quer dizer está dentro da média. Por isso o conceito de normalidade é relativo, afinal o que pode ser aceitável em lugar pode ser anormal em outro. Por exemplo, na China se come escorpiões, isso é perfeitamente aceitável lá, mas se alguém resolve comer escorpiões no Brasil vai ser considerado um esquisito.
Quando se fala de comportamento humano o conceito de normalidade se torna muito amplo, pois todos nós possuímos alguma excentricidade. Desde que isso não nos cause conflitos, não impeça de trabalhar ou de ser feliz, não há motivos para ser considerado anormal ou maluco.
Daniel Offer e Melvin Sabshin concluíram que a normalidade poderia ser definida em quatro perspectivas: normalidade como saúde, normalidade como utopia, normalidade como média e normalidade como processo.
NORMALIDADE COMO SAÚDE: 
É o enfoque do modelo médico tradicional, e nele a normalidade seria a ausência de doenças claras. Se não existem sintomas observáveis de alguma psicopatologia (qualquer adoecimento mental) então o paciente é considerado normal. Nessa perspectiva não importa estar bem (feliz, satisfeito) desde que não se esteja doente. Apesar do nome “médico” esse modelo também é comum entre psicólogos e psicanalistas.

domingo, 10 de julho de 2016

Desenvolvimento Psicossocial do Jovem Adulto e do Adulto Maduro



Quatro abordagens do desenvolvimento psicossocial adulto são representadas pelos:

1. modelos de traços que concentram-se em traços ou atributos mentais, emocionais, temperamentais e comportamentais, como contentamento e irritabilidade. Dentro desta abordagem se encontra o modelo de cinco fatores desenvolvido e testado por Costa e McCrae, baseado nos "Cinco Grandes" fatores subjacentes a conjuntos de traços de personalidade relacionados: 

· Neuroticismo é um conjunto de seis traços negativos que indicam instabilidade emocional: ansiedade, hostilidade, depressão, constrangimento, impulsividade e vulnerabilidade. Pessoas altamente neuróticas são nervosas, medrosas, irritadiças e sensíveis a críticas e irritam-se com facilidade. Podem sentir-se tristes, desesperançosas, solitárias, culpadas e sem valor. 

· Extroversão também tem cinco facetas: afetividade, espírito gregário, assertividade, atividade, busca de excitação e emoções positivas. Os extrovertidos são sociáveis e gostam de atenção. Mantêm-se ocupados e ativos; estão sempre em busca de excitação e apreciam a vida. 

· Abertura á experiências: pessoas que estão dispostas a experimentar novas coisas e a aceitar novas idéias. 

· Escrupulosidade: Pessoas escrupulosas são realizadoras, competentes, organizadas, obedientes, ponderadas e disciplinadas. 



2. modelos tipológicos que identificam tipos ou estilos de personalidade como o ego-resiliente, super controlado e subcontrolado. As pessoas desses três tipos diferem em termos de resiliência do ego (ou adaptabilidade sob estresse), e controle do ego (ou autocontrole).

Pessoas ego-resilientes são bem adaptadas: autoconfiantes, independentes, prestativas, cooperativas e focalizadas na tarefa. Pessoas supercontroladas são tímidas, quietas, ansiosas e confiáveis. Pessoas subcontroladas são ativas, energéticas, impulsivas, teimosas e facilmente distraídas.



Estes primeiros dois modelos defendem que a personalidade muda muito pouco ao longo da vida adulta. Enquanto os próximos dois, sustentam que existem mudanças consideráveis.



3. modelos de crises normativas representam uma típica seqüência de desenvolvimento relacionada com a idade que continua durante todo o ciclo de vida adulto. Dentro deste modelo se encaixa a teoria de Erikson: intimidade versus isolamento é a sexta crise de desenvolvimento psicossocial, em que jovens adultos ou se comprometem com os outros ou enfrentam um possível sentimento de isolamento.

Os Alicerces dos Relacionamentos Íntimos

A intimidade inclui um senso de afiliação. A necessidade de pertencer a alguém - de formar relacionamentos fortes e estáveis e as pessoas tendem a ser mais saudáveis, física e mentalmente, e a viver mais tempo se tiverem relacionamentos íntimos satisfatórios .

A intimidade se expressa na amizade, na sexualidade e no amor. 



4. modelo de momento de ocorrência de eventos que sustenta que a mudança está relacionada não só com a idade, como também com a esperada ou com a inesperada ocorrência e com o momento de importantes eventos de vida:

· eventos de vida normativos : No modelo de momento de ocorrência de eventos, experiências de vida normalmente esperadas que ocorrem na época costumeira. As pessoas costumam estar muito cientes de seu próprio ritmo de desenvolvimento e descrevem a si mesmas como "adiantadas", "atrasadas" ou "em época" para se casar, ter filhos, fixar carreira ou se aposentar. É o relógio social : Conjunto de normas ou de expectativas culturais para os momentos da vida em que certos eventos importantes, devem ocorrer. Porém, o típico momento de ocorrência dos eventos varia de cultura para cultura e de uma geração para outra.



Mudança na Idade Adulta: Abordagens Teóricas Clássicas

Modelos de Crises Normativas

Carl C. Jung sustentava que um desenvolvimento saudável na meia-idade exige individuação, a emergência do verdadeiro self através da integração das partes conflitantes da personalidade. 

Até os 40 anosos adultos concentram-se nas obrigações com a família e com a sociedade, desenvolvendo os aspectos da personalidade que os ajudarão a alcançar objetivos externos. Na meia-idade, as pessoas direcionam sua preocupação aos eus interiores.

Duas tarefas da meia-idade são abrir mão da imagem de juventude e reconhecer a mortalidade. 



Erik Erikson: geratividade versus estagnação , a sétima alternativa crítica de desenvolvimento psicossocial,em que o adulto de meia-idade desenvolve a preocupação de estabelecer, de orientar e de influenciar a geração seguinte ou, então, sente estagnação (sensação de inatividade ou falta de vigor).



Momento de Ocorrência dos Eventos: O Relógio Social

O desenvolvimento da personalidade adulta depende menos da idade do que de eventos de vida importantes. Porém, o relógio não para totalmente.

ATIVIDADE: COMO MUDANÇAS HISTÓRICAS E CULTURAIS AFETARAM O RELÓGIO SOCIAL PARA A MEIA-IDADE?

Existe uma Crise da Meia-idade? Mudanças de personalidade e estilo de vida durante o início a meados dos 40 anos costumam ser atribuídas à crise da meia-idade, período estressante desencadeado pelo exame e pela reavaliação de nossa vida. Também conceitualizada como uma crise de identidade; foi chamada de segunda adolescência. Ela é desencadeada pela consciência da mortalidade.

O início da meia-idade pode ser estressante, mas não mais do que alguns fatos do início da idade adulta que envolve um exame introspectivo e uma reavaliação de valores e de prioridades . Esse balanço da meia-idade pode ser um ponto de virada psicológico, que produz novos entendimentos de nós mesmos e que estimula correções a meio caminho na trajetória de nossa vida.



Desenvolvimento da Identidade 

Para Erikson a formação da identidade seria a principal preocupação da adolescência, porém ele observou que ela continua desenvolvendo-se. 

A identidade está ligada aos papéis e aos compromissos sociais e se a meia-idade é uma época de balanço em relação aos papéis e aos relacionamentos, ela pode trazer questões de identidade não-resolvidas.

Parece que gerar, produzir, é o ponto chave da meia idade. A geratividade não é tão abrangente; uma pessoa pode ser gerativa na função de pai ou de mãe, mas não tanto como profissional ou cônjuge, ou vice-versa, e a geratividade em cada uma dessas funções pode afetar o bem-estar de forma distinta. E o bem estar é o que o adulto procura!

O bem estar psicológico está relacionado com uma saúde mental positiva. É quando se tem uma percepção saudável de sí mesmo, uma sensação subjetiva de bem estar e felicidade, como avaliação sobre a própria vida. Esta avaliação aumenta na meia idade. 



REFLEXÃO - SATISFAÇÃO COM A VIDA : O QUE É?



PESQUISAS APONTAM ALGUMAS DIMENSÕES DE Bem estar:

- Auto aceitação, elação positivas com os outros, autonomia, habilidades e competências, propósito de vida e crescimento pessoal.



Mudanças nos Relacionamentos na Idade Adulta - Teorias do Contato Social



· Teoria do comboio social : Teoria de envelhecimento, proposta por Kahn e Antonucci, que afirma que as pessoas passam pela vida cercadas por círculos concêntricos de relações íntimas com variados graus de proximidade, com as quais elas podem contar para auxílio, para bem-estar e para apoio social.

· Teoria de seletividade socioemocional: Teoria, proposta por Carstensen, de que as pessoas escolhem seus contatos sociais durante a vida com base na importância relativa da interação social como fonte de informação, como auxílio no desenvolvimento e na manutenção de um autoconceito e como fonte de bem-estar.



Para os adultos, os relacionamentos tem íntima ligação com a qualidade de vida e com o bem estar psicossocial. 

Casamentos mais antigos se rompem com menos facilidade do que casamentos mais recentes, pois, à medida que permanecem juntos, os casais acumulam capital conjugal : Benefícios financeiros e emocionais acumulados durante um casamento de longa duração, os quais tendem a manter um casal unido.

Outra coisa que pode acontecer é o ninho vazio : fase de transição na criação dos filhos depois que o último deles deixa o lar dos pais.

Em um bom casamento, a partida dos filhos crescidos pode introduzir uma segunda lua-de mel, mas se um casal permaneceu junto por causa das crianças, ele pode agora não ver motivo para prolongar sua união.

Pode acontecer também a síndrome da porta giratória Tendência entre jovens adultos de retornar ao lar dos pais enquanto estabelecem-se ou em épocas de dificuldades financeira, conjugal ou de outro tipo.

E as amizades? A energia e o tempo é menor, porém, a qualidade parece aumentar!

Outro agravante da idade adulta é a mudança no relacionamento com os pais que agora são idosos. Com o prolongamento do ciclo de vida, alguns estudiosos propuseram uma nova etapa de vida denominada maturidade filial, quando filhos de meia-idade "aprendem a aceitar e a satisfazer as necessidades de dependência dos pais" .Esse desenvolvimento normativo é visto como um resultado saudável de uma crise filial, na qual os adultos aprendem a equilibrar amor e obrigações com os pais e autonomia em um relacionamento em via dupla.

Apesar de necessário, estes cuidados podem causar o esgotamento do cuidador que é uma condição de exaustão física, mental e emocional que acomete adultos que cuidam de pessoas idosas.





Um dos relacionamentos mais prazerosos da vida adulta, ao final da meia idade, muitos tornam-se avós!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

O QUE É ANSIEDADE?


Entrevista cedida ao Jornal Diário da Região

Ansiedade é uma reação ao perigo percebido. Ansiedade é um "aviso", um alerta que nosso corpo emite, de que algo não está bem, que há algum perigo percebido, real ou não, interno ou externo.
PRINCIPAIS CAUSAS DA ANSIEDADE?
Qualquer coisa que seja interpretada como prejudicial. E veja bem, este é um ponto interessante, as coisas não são interpretadas da mesma forma por todas as pessoas. Uma pessoa pode ficar extremamente ansiosa no dia anterior a uma prova, talvez a ponto de passar mal, ter insônia, sentir náuseas, e tudo mais. E outra pessoa pode lidar de forma mais tranquila. Por quê? Porque uma pode interpretar essa prova como uma possível "rasteira" que a vida pode estar lhe dando, acha que por mais que tenha se preparado nunca será bem sucedida, e que será terrível ser reprovada. A outra pessoa, aquela que encarou a prova mais tranquilamente, pode ter considerado que essa prova seria uma das boas possibilidades da vida dela.
Claro que existem os estímulos ansiogênicos que podem afetar uma parcela muito grande das pessoas como por exemplo: falar em publico, se reportar a alguém hierarquicamente superior, estar pela primeira vez em uma situação, como por exemplo, um encontro com uma garota (o), enfim, a ansiedade está diretamente ligada ao estresse. Tudo o que pode ser visto como possibilidade de prejuízo, morte, fracasso, vergonha, etc., pode ser causador de ansiedade.
EM TEMPOS DE CRISE MUNDIAL, EMPRESÁRIOS SE ANGUSTIAM POR SUAS EMPRESAS E OS INVESTIDORES POR CONTA DOS INVESTIMENTOS NA BOLSA. ENTÃO COMO DRIBLAR A ANSIEDADE?
A psicologia cognitiva, abordagem usada em meu consultório, ensina a examinar os fundamentos irracionais que levam uma pessoa a se tornar ansiosa a nível desproporcional a ponto de causar algum prejuízo.
Um empresário que está sentindo a crise atual "na pele" e no bolso poderia, por exemplo flexibilizar seu pensamento e tentar ver a crise por outros ângulos, como por exemplo:
- todas as crises que ocorreram nos últimos 200 anos tiveram sua fase de retorno ao estado produtivo.
- quem abre uma empresa não espera apenas "céus claros", portanto podemos ver esta crise apenas como uma baixa, esperada, da curva de produção e lucro.
- é possível aprender muita coisa com esta crise, coisas que podem ser aplicado tanto em sua empresa atual, como em outras situações futuras.
- é possível aprender a não dar tanta importância ao dinheiro e perceber que viver com menos pode ser possível e interessante.
Enfim, quanto mais a pessoa conseguir flexibilizar seu pensamento pode haver mais chance de contornar a ansiedade.
OS ALUNOS FICAM PREOCUPADOS COM AS NOTAS E SE VÃO ALCANÇAR A MÉDIA PARA PASSAR.
Acredito que a preocupação com uma possível reprovação pode tirar o foco e sua energia em adquirir o conhecimento que necessário para esta prova. Procurar formas de controlar a ansiedade pode ajudar a obter melhores resultados em sua provas.
O ANSIOSO PRECISA REDEFINIR TODO O ESTILO DE VIDA PARA FUGIR DOS PREJUÍZOS CAUSADOS NA SAÚDE FÍSICA E MENTAL?
Talvez redefinir o modo do seu funcionamento ansioso. Analisar porque e de onde vem esta ansiedade, talvez procurar um psicólogo nesta busca.
EXERCÍCIOS E PRÁTICAS SIMPLES PARA RELAXAR O CORPO E A MENTE SÃO OPÇÕES PARA O CONTROLE DA ANSIEDADE?
Pode ajudar, talvez não resolva a ansiedade de forma definitiva mas quando ansiedade chegou a ponto de abalar fisicamente pode ser útil. Tem muitas pessoas que sentem dores no corpo, nos ombros, sentem o coração disparar, suor frio, dor de barriga, ânsia de vomito, tudo por ansiedade, nestes casos o relaxamento pode oferecer algum alivio.
O PENSAMENTO POSITIVO PARA ENFRENTAR ADVERSIDADES TAMBÉM É UMA OPÇÃO?
Sou muito a favor do pensamento realista. E se você for olhar de perto, as pessoas pode pensar de forma negativa e exagerada, ou seja, a realidade costuma ser melhor do que as previsões pessimistas que uma pessoa ansiosa costuma fazer.
De toda forma, o otimismo está sendo muito estudado pela psicologia. O pesquisador Martin Seligman, fez um estudo muito interessante sobre o assunto. E concluiu que pessoas mais otimistas são mais insistentes, e com a insistência há mais chance de ser bem sucedido. Por exemplo, um vendedor pessimista pode desistir depois da terceira recusa, ele conclui que ninguém comprará dele, mas um otimista podepensar que ele não será recusado por todas as pessoas.




- Repórter Francine Moreno.
*O material deste site é informativo, não substitui a terapia ou psicoterapia oferecida por um psicólogo
Marisa de Abreu Alves Psicóloga - CRP 06/29493-5

Por que mentimos ?

Porque mentimos?
Todos os seres humanos saudáveis mentem, uns mais outros menos, mas todos mentimos. É já da natureza humana mentir, desde pequeninos mentimos. Claro que há vários tipos de mentira, varias formas de mentir e intensidades diferentes. Em todas as culturas se mente, todas as pessoas desde as mais novas às mais velhas, dos dotados de um QI elevadíssimo aos que o seu QI não é muito gracioso, de vários níveis sociais, etc.
Contudo numa cultura em que a mentira é incorrecta, é errado mentir, mas muita gente mente. Mas há vários tipos de mentira desde a chamada mentira piedosa, a mentira que pode levar uma punição maior, como a prisão. Podemos mentir por necessidade, piedade, amor, maldade, uns inúmeros motivos que poderiam ser plausíveis de uma mentira. Mas temos sempre consciência que esta errado.
Há mentiras “politicamente” correctas e outras não. Por exemplo, mentir para que uma pessoa não sofra tanto, ou porque é uma coisa sem importância é politicamente correcto, mas o mais certo a fazer seria contar a verdade, isto é, é aceite na sociedade onde está inserido (como na sociedade portuguesa) mas não correcto. Mas se mentir para ocultar um crime, isso já é punível, e com pena de prisão.
No entanto, a mentira também pode ser uma doença, como no caso das pessoas que padecem de mitomania, que inventam historia sobre elas, ou até sobre as pessoas mais próximas. Esta doença é muito complicada, pois torna-se muito difícil, a sociedade conviver com essa pessoa, têm sempre a desconfiança de que ela não esta a dizer e verdade, pois tem mais facilidade em mentir.
Posso concluir assim que todos nós temos uma tendência natural para mentir, uns mais que outros, mas conseguimos controlar as nossas mentiras, e evitar que elas prejudiquem a nossa interacção com o mundo e a nossa adaptação ao meio.

Bibliografia:
· http://pt.wikipedia.org/wiki/Mitomania;
· MONTEIRO, Manuela Matos e FEREIRRA, Pedro Tavares, Ser Humano, 2ªParte - Psicologia B 12ºAno, Porto Editora.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Jung Psicologia Transpessoal Texto 21

- O Inconsciente e a Espiritualidade Colagem seletiva dos textos de duas palestras de Carl Gustav Jung, em 1934-35, sobre o inconsciente e sua relação com a espiritualidade: "Quando a ciência moderna desinfetou o céu, não encontrou Deus. Alguns cientistas dizem que a ressurreição de Jesus, o nascimento no ventre de uma virgem, os milagres - todas essas coisas que alimentaram o pensamento cristão ao longo das eras, são belas histórias, mas inverídicas. Mas eu digo: Não esqueçam o fato de que essas idéias que milhões de homens alimentaram de gerações em gerações são grandes e eternas verdades psicológicas. Examinemos essa verdade, tal como um psicólogo a vê. Aqui temos a mente do homem, sem preconceitos, imaculada, incorrupta, pura, simbolizada por uma virgem. E essa mente virginal do homem pode dar nascimento ao próprio Deus. "O reino do céu está dentro de vós". Isto é uma grande verdade psicológica. O cristianismo é um belo sistema de psicoterapia. Cura o sofrimento da alma. O mais tremendo perigo que o homem tem que enfrentar é o poder de suas idéias. Nenhum poder cósmico da terra destruiu dez milhões de homens em quatro anos. Mas a psique humana fez isso (na guerra de 1914-18). E pode voltar a fazê-lo. Só tenho medo de uma coisa: os pensamentos de pessoas. Voltem o olho da consciência para dentro, a fim de ver o que aí existe. Vejamos o que se pode fazer em pequena escala. Se eu plantei corretamente uma couve, então servi o mundo nesse exato lugar. Não sei que mais posso fazer. Examinem os espíritos que falam em vocês. Tornem-se críticos. O homem moderno deve estar plenamente cônscio dos terríveis perigos que residem nos movimentos de massa. Escutem o que o inconsciente diz. Prestem atenção à voz desse Grande Ancião dentro de vocês, que viveu tanto tempo, viu e experimentou tanto. Tentem compreender a vontade de Deus: a extraordinariamente potente força da psique. Eu digo: Devagar. Devagar. Com cada bem chega um mal correspondente, e a cada mal corresponde um bem.


Não corram depressa demais ao encontro de um, a menos que estejam preparados para encontrar o outro.
Não é de imensa importância que eu faça uma carreira ou realize grandes coisas para mim mesmo. O que é importante e significativo para a minha vida é que viva o mais plenamente possível para cumprir a vontade divina dentro de mim. Essa tarefa dá-me tanto que fazer que não tenho tempo para qualquer outra. Deixem-me sublinhar que, se todos vivêssemos desse modo, não precisaríamos de exércitos, nem de polícia, nem de diplomacia, bancos e políticos. Teríamos uma vida cheia de significação e não aquilo que temos hoje: loucura. O que a natureza pede da macieira é que produza maçãs, da pereira que produza peras. A natureza quer que eu seja simplesmente homem. Mas um homem consciente do que sou e do que estou fazendo. Deus dirige-se à consciência no homem. É essa a verdade do nascimento e ressurreição de Cristo dentro de nós. Quanto maior é o número de pensadores que se apercebem disso, mais perto estamos do renascimento espiritual do mundo. Cristo, o Logos - que quer dizer a mente, a compreensão, o brilho que rasga a escuridão. Cristo foi uma nova verdade acerca do homem. Mas a vida saiu das igrejas e nunca mais voltará a elas. Os deuses não se reinstalarão em domicílios que abandonaram uma vez. A mesma coisa aconteceu antes, na época dos Césares romanos, quando o paganismo estava agonizante. Depois, o Deus uno transformou-se em homem, e esse foi o Cristo; um homem para todos os homens. Mas agora também esse partiu, agora cada homem tem que conter Deus em si. A descida do espírito na matéria está completa." (Jung)

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Psicologia Escolar



O homem vive em sociedade. É no convívio com outros seres humanos que ele desenvolve habilidades motoras, de comunicação, etc. a Psicologia investiga as modificações que ocorrem na relação do indivíduo com o mundo no que diz respeito aos aspectos cognitivos, emocionais, afetivos, etc. e precisa do apoio de outras ciências para a realização dessa tarefa.

Antes de apresentarmos as concepções propostas no título deste tópico, algumas definições são importantes. Vamos a elas.

Desenvolvimento: é o processo pelo qual o indivíduo constrói ativamente suas características, nas relações que estabelece com o ambiente físico e social. A Psicologia do Desenvolvimento investiga como nascem e se desenvolvem as funções psicológicas que diferenciam o homem de outras espécies.

Aprendizagem: processo pelo qual se apreende o conhecimento historicamente construído pela humanidade, mais especificamente o determinado pelo grupo social do qual faz parte. A Psicologia da Aprendizagem estuda o processo pelo qual as formas de pensar e os conhecimentos são apropriados pelas pessoas.

Educação: a educação já acontece, de modo espontâneo, antes de a criança chegar à escola. Há uma série de noções e de conceitos que já se encontram estabelecidos antes da escola. No entanto, a escola é a instituição responsável por selecionar e organizar o conhecimento que será compartilhado. Daí a importância de a Psicologia colocar à disposição seu conhecimento acerca das bases do desenvolvimento e da aprendizagem


Concepção Inatista

Esta concepção entende que os organismos já nascem prontos: todas as modificações que acontecerão ao longo da vida já estão definidas e determinadas pelos genes. Isso parece decorrer de uma má interpretação da teoria da evolução de Darwin, que acabou colocando o ambiente em segundo plano. Na verdade, o ambiente tem papel fundamental na determinação da vida dos sujeitos e em seu percurso. Isso é diferente de afirmar que características alteradas ao longo da vida serão transmitidas geneticamente aos descendentes. De acordo com a concepção inatista, a educação só teria o papel de acompanhar as pessoas – que já estão prontas, geneticamente predispostas – ao longo de seu desenvolvimento e interferir o mínimo possível nesse processo espontâneo. Apesar de parecer retrógrada, uma proposta defendida por um dos candidatos à prefeitura da cidade de São Paulo no ano de 2012 consistia em identificar potenciais criminosos e usuários de drogas dentro das escolas como medida preventiva à violência. Essa proposta, ao que parece, já que não se tem dados detalhados sobre como seria a identificação precoce, provavelmente consistiria em algum tipo de avaliação (da personalidade? Do comportamento?) que identificaria uma suposta predisposição ao crime e ao uso de drogas. Sabe-se da intensa crítica que a Psicologia tem feito a esses modelos interventivos que só reforçam o preconceito e o estigma que recaem sobre uma parcela da população.







Concepção Ambientalista

De acordo com esta concepção, o ambiente tem imenso poder e controle sobre os sujeitos. A origem desse tipo de pensamento está nas concepções de Watson e Skinner, autores do Behaviorismo, bastante difundido nos Estados Unidos. De maneira contrária à concepção apresentada anteriormente, aqui o papel do ambiente é muito mais importante que a maturação biológica. A principal crítica a essa concepção é a de ela ter estimulado um tipo de educação que privilegia métodos, fórmulas e passo-a-passo do ensino, dando menos atenção ao processo de raciocínio do aluno diante de uma situação de aprendizagem. É importante dizer que essa visão enfatiza o objeto de estudo – o comportamento – em relação ao sujeito, o que não quer dizer que ela desconsidera o sujeito.

As duas concepções apresentadas dissociam objeto e sujeito, apresentando uma visão dualista de desenvolvimento. O interacionismo, próxima concepção apresentada, tenta apresentar uma alternativa.







Concepção Interacionista

Para esta abordagem, o ambiente tem um papel determinante como estimulador do desenvolvimento, bem como o indivíduo é visto como um ser ativo e atuante nas situações que determinam suas aprendizagens. O mundo interno (subjetividade) não existe sem o mundo externo (meio) e vice-versa. Esta concepção engloba as duas anteriores e as ultrapassa ao considerar, além dos princípios inatistas e comportamentalistas, uma área de intersecção entre eles. A construção do conhecimento depende da interação entre forças internas e externas ao indivíduo numa dinâmica constante e dialética que o leva a transformar o mundo e a si mesmo.




Fonte: Ambiente Virtual de Aprendizagem - Universidade Nove De Julho