1. modelos de traços que concentram-se em traços ou atributos mentais, emocionais, temperamentais e comportamentais, como contentamento e irritabilidade. Dentro desta abordagem se encontra o modelo de cinco fatores desenvolvido e testado por Costa e McCrae, baseado nos "Cinco Grandes" fatores subjacentes a conjuntos de traços de personalidade relacionados:
· Neuroticismo é um conjunto de seis traços negativos que indicam instabilidade emocional: ansiedade, hostilidade, depressão, constrangimento, impulsividade e vulnerabilidade. Pessoas altamente neuróticas são nervosas, medrosas, irritadiças e sensíveis a críticas e irritam-se com facilidade. Podem sentir-se tristes, desesperançosas, solitárias, culpadas e sem valor.
· Extroversão também tem cinco facetas: afetividade, espírito gregário, assertividade, atividade, busca de excitação e emoções positivas. Os extrovertidos são sociáveis e gostam de atenção. Mantêm-se ocupados e ativos; estão sempre em busca de excitação e apreciam a vida.
· Abertura á experiências: pessoas que estão dispostas a experimentar novas coisas e a aceitar novas idéias.
· Escrupulosidade: Pessoas escrupulosas são realizadoras, competentes, organizadas, obedientes, ponderadas e disciplinadas.
2. modelos tipológicos que identificam tipos ou estilos de personalidade como o ego-resiliente, super controlado e subcontrolado. As pessoas desses três tipos diferem em termos de resiliência do ego (ou adaptabilidade sob estresse), e controle do ego (ou autocontrole).
Pessoas ego-resilientes são bem adaptadas: autoconfiantes, independentes, prestativas, cooperativas e focalizadas na tarefa. Pessoas supercontroladas são tímidas, quietas, ansiosas e confiáveis. Pessoas subcontroladas são ativas, energéticas, impulsivas, teimosas e facilmente distraídas.
Estes primeiros dois modelos defendem que a personalidade muda muito pouco ao longo da vida adulta. Enquanto os próximos dois, sustentam que existem mudanças consideráveis.
3. modelos de crises normativas representam uma típica seqüência de desenvolvimento relacionada com a idade que continua durante todo o ciclo de vida adulto. Dentro deste modelo se encaixa a teoria de Erikson: intimidade versus isolamento é a sexta crise de desenvolvimento psicossocial, em que jovens adultos ou se comprometem com os outros ou enfrentam um possível sentimento de isolamento.
Os Alicerces dos Relacionamentos Íntimos
A intimidade inclui um senso de afiliação. A necessidade de pertencer a alguém - de formar relacionamentos fortes e estáveis e as pessoas tendem a ser mais saudáveis, física e mentalmente, e a viver mais tempo se tiverem relacionamentos íntimos satisfatórios .
A intimidade se expressa na amizade, na sexualidade e no amor.
4. modelo de momento de ocorrência de eventos que sustenta que a mudança está relacionada não só com a idade, como também com a esperada ou com a inesperada ocorrência e com o momento de importantes eventos de vida:
· eventos de vida normativos : No modelo de momento de ocorrência de eventos, experiências de vida normalmente esperadas que ocorrem na época costumeira. As pessoas costumam estar muito cientes de seu próprio ritmo de desenvolvimento e descrevem a si mesmas como "adiantadas", "atrasadas" ou "em época" para se casar, ter filhos, fixar carreira ou se aposentar. É o relógio social : Conjunto de normas ou de expectativas culturais para os momentos da vida em que certos eventos importantes, devem ocorrer. Porém, o típico momento de ocorrência dos eventos varia de cultura para cultura e de uma geração para outra.
Mudança na Idade Adulta: Abordagens Teóricas Clássicas
Modelos de Crises Normativas
Carl C. Jung sustentava que um desenvolvimento saudável na meia-idade exige individuação, a emergência do verdadeiro self através da integração das partes conflitantes da personalidade.
Até os 40 anosos adultos concentram-se nas obrigações com a família e com a sociedade, desenvolvendo os aspectos da personalidade que os ajudarão a alcançar objetivos externos. Na meia-idade, as pessoas direcionam sua preocupação aos eus interiores.
Duas tarefas da meia-idade são abrir mão da imagem de juventude e reconhecer a mortalidade.
Erik Erikson: geratividade versus estagnação , a sétima alternativa crítica de desenvolvimento psicossocial,em que o adulto de meia-idade desenvolve a preocupação de estabelecer, de orientar e de influenciar a geração seguinte ou, então, sente estagnação (sensação de inatividade ou falta de vigor).
Momento de Ocorrência dos Eventos: O Relógio Social
O desenvolvimento da personalidade adulta depende menos da idade do que de eventos de vida importantes. Porém, o relógio não para totalmente.
ATIVIDADE: COMO MUDANÇAS HISTÓRICAS E CULTURAIS AFETARAM O RELÓGIO SOCIAL PARA A MEIA-IDADE?
Existe uma Crise da Meia-idade? Mudanças de personalidade e estilo de vida durante o início a meados dos 40 anos costumam ser atribuídas à crise da meia-idade, período estressante desencadeado pelo exame e pela reavaliação de nossa vida. Também conceitualizada como uma crise de identidade; foi chamada de segunda adolescência. Ela é desencadeada pela consciência da mortalidade.
O início da meia-idade pode ser estressante, mas não mais do que alguns fatos do início da idade adulta que envolve um exame introspectivo e uma reavaliação de valores e de prioridades . Esse balanço da meia-idade pode ser um ponto de virada psicológico, que produz novos entendimentos de nós mesmos e que estimula correções a meio caminho na trajetória de nossa vida.
Desenvolvimento da Identidade
Para Erikson a formação da identidade seria a principal preocupação da adolescência, porém ele observou que ela continua desenvolvendo-se.
A identidade está ligada aos papéis e aos compromissos sociais e se a meia-idade é uma época de balanço em relação aos papéis e aos relacionamentos, ela pode trazer questões de identidade não-resolvidas.
Parece que gerar, produzir, é o ponto chave da meia idade. A geratividade não é tão abrangente; uma pessoa pode ser gerativa na função de pai ou de mãe, mas não tanto como profissional ou cônjuge, ou vice-versa, e a geratividade em cada uma dessas funções pode afetar o bem-estar de forma distinta. E o bem estar é o que o adulto procura!
O bem estar psicológico está relacionado com uma saúde mental positiva. É quando se tem uma percepção saudável de sí mesmo, uma sensação subjetiva de bem estar e felicidade, como avaliação sobre a própria vida. Esta avaliação aumenta na meia idade.
REFLEXÃO - SATISFAÇÃO COM A VIDA : O QUE É?
PESQUISAS APONTAM ALGUMAS DIMENSÕES DE Bem estar:
- Auto aceitação, elação positivas com os outros, autonomia, habilidades e competências, propósito de vida e crescimento pessoal.
Mudanças nos Relacionamentos na Idade Adulta - Teorias do Contato Social
· Teoria do comboio social : Teoria de envelhecimento, proposta por Kahn e Antonucci, que afirma que as pessoas passam pela vida cercadas por círculos concêntricos de relações íntimas com variados graus de proximidade, com as quais elas podem contar para auxílio, para bem-estar e para apoio social.
· Teoria de seletividade socioemocional: Teoria, proposta por Carstensen, de que as pessoas escolhem seus contatos sociais durante a vida com base na importância relativa da interação social como fonte de informação, como auxílio no desenvolvimento e na manutenção de um autoconceito e como fonte de bem-estar.
Para os adultos, os relacionamentos tem íntima ligação com a qualidade de vida e com o bem estar psicossocial.
Casamentos mais antigos se rompem com menos facilidade do que casamentos mais recentes, pois, à medida que permanecem juntos, os casais acumulam capital conjugal : Benefícios financeiros e emocionais acumulados durante um casamento de longa duração, os quais tendem a manter um casal unido.
Outra coisa que pode acontecer é o ninho vazio : fase de transição na criação dos filhos depois que o último deles deixa o lar dos pais.
Em um bom casamento, a partida dos filhos crescidos pode introduzir uma segunda lua-de mel, mas se um casal permaneceu junto por causa das crianças, ele pode agora não ver motivo para prolongar sua união.
Pode acontecer também a síndrome da porta giratória Tendência entre jovens adultos de retornar ao lar dos pais enquanto estabelecem-se ou em épocas de dificuldades financeira, conjugal ou de outro tipo.
E as amizades? A energia e o tempo é menor, porém, a qualidade parece aumentar!
Outro agravante da idade adulta é a mudança no relacionamento com os pais que agora são idosos. Com o prolongamento do ciclo de vida, alguns estudiosos propuseram uma nova etapa de vida denominada maturidade filial, quando filhos de meia-idade "aprendem a aceitar e a satisfazer as necessidades de dependência dos pais" .Esse desenvolvimento normativo é visto como um resultado saudável de uma crise filial, na qual os adultos aprendem a equilibrar amor e obrigações com os pais e autonomia em um relacionamento em via dupla.
Apesar de necessário, estes cuidados podem causar o esgotamento do cuidador que é uma condição de exaustão física, mental e emocional que acomete adultos que cuidam de pessoas idosas.
Um dos relacionamentos mais prazerosos da vida adulta, ao final da meia idade, muitos tornam-se avós!