terça-feira, 13 de outubro de 2015

Jung Psicologia Transpessoal Texto 21

- O Inconsciente e a Espiritualidade Colagem seletiva dos textos de duas palestras de Carl Gustav Jung, em 1934-35, sobre o inconsciente e sua relação com a espiritualidade: "Quando a ciência moderna desinfetou o céu, não encontrou Deus. Alguns cientistas dizem que a ressurreição de Jesus, o nascimento no ventre de uma virgem, os milagres - todas essas coisas que alimentaram o pensamento cristão ao longo das eras, são belas histórias, mas inverídicas. Mas eu digo: Não esqueçam o fato de que essas idéias que milhões de homens alimentaram de gerações em gerações são grandes e eternas verdades psicológicas. Examinemos essa verdade, tal como um psicólogo a vê. Aqui temos a mente do homem, sem preconceitos, imaculada, incorrupta, pura, simbolizada por uma virgem. E essa mente virginal do homem pode dar nascimento ao próprio Deus. "O reino do céu está dentro de vós". Isto é uma grande verdade psicológica. O cristianismo é um belo sistema de psicoterapia. Cura o sofrimento da alma. O mais tremendo perigo que o homem tem que enfrentar é o poder de suas idéias. Nenhum poder cósmico da terra destruiu dez milhões de homens em quatro anos. Mas a psique humana fez isso (na guerra de 1914-18). E pode voltar a fazê-lo. Só tenho medo de uma coisa: os pensamentos de pessoas. Voltem o olho da consciência para dentro, a fim de ver o que aí existe. Vejamos o que se pode fazer em pequena escala. Se eu plantei corretamente uma couve, então servi o mundo nesse exato lugar. Não sei que mais posso fazer. Examinem os espíritos que falam em vocês. Tornem-se críticos. O homem moderno deve estar plenamente cônscio dos terríveis perigos que residem nos movimentos de massa. Escutem o que o inconsciente diz. Prestem atenção à voz desse Grande Ancião dentro de vocês, que viveu tanto tempo, viu e experimentou tanto. Tentem compreender a vontade de Deus: a extraordinariamente potente força da psique. Eu digo: Devagar. Devagar. Com cada bem chega um mal correspondente, e a cada mal corresponde um bem.


Não corram depressa demais ao encontro de um, a menos que estejam preparados para encontrar o outro.
Não é de imensa importância que eu faça uma carreira ou realize grandes coisas para mim mesmo. O que é importante e significativo para a minha vida é que viva o mais plenamente possível para cumprir a vontade divina dentro de mim. Essa tarefa dá-me tanto que fazer que não tenho tempo para qualquer outra. Deixem-me sublinhar que, se todos vivêssemos desse modo, não precisaríamos de exércitos, nem de polícia, nem de diplomacia, bancos e políticos. Teríamos uma vida cheia de significação e não aquilo que temos hoje: loucura. O que a natureza pede da macieira é que produza maçãs, da pereira que produza peras. A natureza quer que eu seja simplesmente homem. Mas um homem consciente do que sou e do que estou fazendo. Deus dirige-se à consciência no homem. É essa a verdade do nascimento e ressurreição de Cristo dentro de nós. Quanto maior é o número de pensadores que se apercebem disso, mais perto estamos do renascimento espiritual do mundo. Cristo, o Logos - que quer dizer a mente, a compreensão, o brilho que rasga a escuridão. Cristo foi uma nova verdade acerca do homem. Mas a vida saiu das igrejas e nunca mais voltará a elas. Os deuses não se reinstalarão em domicílios que abandonaram uma vez. A mesma coisa aconteceu antes, na época dos Césares romanos, quando o paganismo estava agonizante. Depois, o Deus uno transformou-se em homem, e esse foi o Cristo; um homem para todos os homens. Mas agora também esse partiu, agora cada homem tem que conter Deus em si. A descida do espírito na matéria está completa." (Jung)

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Psicologia Escolar



O homem vive em sociedade. É no convívio com outros seres humanos que ele desenvolve habilidades motoras, de comunicação, etc. a Psicologia investiga as modificações que ocorrem na relação do indivíduo com o mundo no que diz respeito aos aspectos cognitivos, emocionais, afetivos, etc. e precisa do apoio de outras ciências para a realização dessa tarefa.

Antes de apresentarmos as concepções propostas no título deste tópico, algumas definições são importantes. Vamos a elas.

Desenvolvimento: é o processo pelo qual o indivíduo constrói ativamente suas características, nas relações que estabelece com o ambiente físico e social. A Psicologia do Desenvolvimento investiga como nascem e se desenvolvem as funções psicológicas que diferenciam o homem de outras espécies.

Aprendizagem: processo pelo qual se apreende o conhecimento historicamente construído pela humanidade, mais especificamente o determinado pelo grupo social do qual faz parte. A Psicologia da Aprendizagem estuda o processo pelo qual as formas de pensar e os conhecimentos são apropriados pelas pessoas.

Educação: a educação já acontece, de modo espontâneo, antes de a criança chegar à escola. Há uma série de noções e de conceitos que já se encontram estabelecidos antes da escola. No entanto, a escola é a instituição responsável por selecionar e organizar o conhecimento que será compartilhado. Daí a importância de a Psicologia colocar à disposição seu conhecimento acerca das bases do desenvolvimento e da aprendizagem


Concepção Inatista

Esta concepção entende que os organismos já nascem prontos: todas as modificações que acontecerão ao longo da vida já estão definidas e determinadas pelos genes. Isso parece decorrer de uma má interpretação da teoria da evolução de Darwin, que acabou colocando o ambiente em segundo plano. Na verdade, o ambiente tem papel fundamental na determinação da vida dos sujeitos e em seu percurso. Isso é diferente de afirmar que características alteradas ao longo da vida serão transmitidas geneticamente aos descendentes. De acordo com a concepção inatista, a educação só teria o papel de acompanhar as pessoas – que já estão prontas, geneticamente predispostas – ao longo de seu desenvolvimento e interferir o mínimo possível nesse processo espontâneo. Apesar de parecer retrógrada, uma proposta defendida por um dos candidatos à prefeitura da cidade de São Paulo no ano de 2012 consistia em identificar potenciais criminosos e usuários de drogas dentro das escolas como medida preventiva à violência. Essa proposta, ao que parece, já que não se tem dados detalhados sobre como seria a identificação precoce, provavelmente consistiria em algum tipo de avaliação (da personalidade? Do comportamento?) que identificaria uma suposta predisposição ao crime e ao uso de drogas. Sabe-se da intensa crítica que a Psicologia tem feito a esses modelos interventivos que só reforçam o preconceito e o estigma que recaem sobre uma parcela da população.







Concepção Ambientalista

De acordo com esta concepção, o ambiente tem imenso poder e controle sobre os sujeitos. A origem desse tipo de pensamento está nas concepções de Watson e Skinner, autores do Behaviorismo, bastante difundido nos Estados Unidos. De maneira contrária à concepção apresentada anteriormente, aqui o papel do ambiente é muito mais importante que a maturação biológica. A principal crítica a essa concepção é a de ela ter estimulado um tipo de educação que privilegia métodos, fórmulas e passo-a-passo do ensino, dando menos atenção ao processo de raciocínio do aluno diante de uma situação de aprendizagem. É importante dizer que essa visão enfatiza o objeto de estudo – o comportamento – em relação ao sujeito, o que não quer dizer que ela desconsidera o sujeito.

As duas concepções apresentadas dissociam objeto e sujeito, apresentando uma visão dualista de desenvolvimento. O interacionismo, próxima concepção apresentada, tenta apresentar uma alternativa.







Concepção Interacionista

Para esta abordagem, o ambiente tem um papel determinante como estimulador do desenvolvimento, bem como o indivíduo é visto como um ser ativo e atuante nas situações que determinam suas aprendizagens. O mundo interno (subjetividade) não existe sem o mundo externo (meio) e vice-versa. Esta concepção engloba as duas anteriores e as ultrapassa ao considerar, além dos princípios inatistas e comportamentalistas, uma área de intersecção entre eles. A construção do conhecimento depende da interação entre forças internas e externas ao indivíduo numa dinâmica constante e dialética que o leva a transformar o mundo e a si mesmo.




Fonte: Ambiente Virtual de Aprendizagem - Universidade Nove De Julho

Boa Noite Queridos Leitores

Boa Noite, por motivos pessoais tive que me ausentar por um tempo da pagina  mais estou de volta e esporadicamente vou postar artigos,textos e discussões sobre esta ciência fantástica que é a Psicologia, desmitificando assim a ideia sobre a mesma do ponto de vista  do senso comum ,o intuito da pagina é ajudar leitores
interessados e iniciantes de Psicologia assim como veteranos do curso e formados que desejam rever alguns conceitos, agradeço desde já a preferência e boa leitura.

Texto Reflexo Condicionado

O que é o Reflexo Condicionado

Júlio Rocha do Amaral e  Renato M.E. Sabbatini, PhD

No final do século XIX e no início do século XX, um fisiologista russo chamado Ivan Pavlov (1849-1936), ao estudar a fisiologia do sistema gastrointestinal, fez uma das grandes descobertas científicas da atualidade: o reflexo condicionado. Foi uma das primeiras abordagens realmente objetivas e científicas ao estudo da aprendizagem, principalmente porque forneceu um modelo que podia ser verificado e explorado de inúmeras maneiras, usando a metodologia da fisiologia. Pavlov inaugurava, assim, a psicologia científica, acoplando-a à neurofisiologia. Por seus trabalhos, recebeu o prêmio Nobel concedido na área de Medicina e Fisiologia em 1904. 
  
  
  
  
  
  
 

Ilustração: Renato M. E. Sabbatini
A experiência clássica de Pavlov é aquela do cão, a campainha e a salivação à vista de um pedaço de carne. Sempre que apresentamos ao cão um pedaço de carne, a visão da carne e sua olfação provocam salivação no animal. Se tocarmos uma campainha, qual o efeito sobre o animal? uma reação de orientação. Ele simplesmente olha, vira a cabeça para ver de onde vem aquele estímulo sonoro. Se tocarmos a campainha e em seguida mostrarmos a carne, dando-a ao cão, e fizermos isso repetidamente, depois de certo número de vezes o simples tocar da campainha provoca salivação no animal, preparando o seu aparelho digestivo para receber a carne. A campainha torna-se um sinal da carne que virá depois. Todo o organismo do animal reage como se a carne já estivesse presente, com salivação, secreção digestiva, motricidade digestiva etc. Um estímulo que nada tem a ver com a alimentação, meramente sonoro, passa a ser capaz de provocar modificações digestivas. 
Para que surja um reflexo condicionado é preciso que existam certas condições: 
 
  1. coexistência no tempo, várias vezes repetida, entre o agente indiferente e o estímulo incondicionado (no caso, o som da campainha e a apresentação da carne);
  2. o agente indiferente deve preceder em pouco tempo o estímulo incondicionado. Se dermos a carne primeiro e tocarmos a campainha depois, a reação condicionada não se estabelece;
  3. inexistência naquele momento de outros estímulos que possam provocar inibição de causa externa. Se simultaneamente damos uma chicotada no animal ou lhe jogamos água gelada, provocamos inibição, desencadeando reação de defesa no animal;
  4. para que o reflexo condicionado se mantenha, é necessário que periodicamente o reforcemos. Uma vez que o reflexo se formou, o mero som da campainha substitui a apresentação da carne. Mas, se tocarmos repetidamente a campainha e não mais apresentarmos a carne, depois de um certo número de vezes o animal deixa de reagir com salivação e secreção digestiva.

Como Funciona o Reflexo Condicionado

Estímulo -------> Resposta Estímulo Indiferente + Estímulo Incondicionado (apresentação da carne) ---------> Resposta Incondicionada 
Estímulo Indiferente --------> Resposta Condicionada
.
Explicando melhor: um estímulo indiferente, combinado com um estímulo capaz de ativar um reflexo incondicionado, gera uma resposta incondicionada e, depois de algum tempo, o estímulo indiferente, por si só, é capaz de provocar resposta que pode, então, ser considerada como condicionada. Esses estímulos indiferentes podem vir tanto do meio externo (estímulos sonoros, luminosos, olfativos, táteis, térmicos) como do meio interno (vísceras, ossos, articulações).
As respostas condicionadas podem ser motoras, secretoras ou neurovegetativas. Podem pois, ser condicionadas reações voluntárias ou reações vegetativas involuntárias. Podemos fazer com que respostas involuntárias apareçam de acordo com a nossa vontade, se usarmos o condicionamento adequado. As respostas condicionadas podem ser excitadoras (com aumento de função) ou inibidoras (com diminuição de função).
Existem diversos exemplos de como se pode modificar, através do condicionamento, a fisiologia do animal e do ser humano. Citaremos apenas alguns, para, a partir deles, procurar compreender o que poderia ocorrer no momento do efeito placebo.
A Modificação da Fisiologia Através do Condicionamento
Pavlov e seus seguidores logo perceberam que o condicionamento era muito poderoso no sentido de alterar funções orgânicas. Diversos experimentos comprovaram isso, e abriram um enorme campo de estudos, com muitas conseqüências para a aplicação clínica em seres humanos.
Por exemplo, coloca-se uma sonda retal em um cão e faz-se um enema salino (injeção de água salgada). A presença daquele soluto dentro do intestino provoca, ao fim de algum tempo, aumento da diurese (excreção renal de água) para restabelecer o equilíbrio hidroeletrolítico. Depois de algumas sessões de administração de enema salino através da sonda retal, a mera introdução da sonda retal, sem enema, também provoca aumento da diurese.
Da mesma maneira, se antes de aplicar injeção de insulina em um cão, faz-se com que ele ouça sempre um assobio, a hipoglicemia que surge em decorrência da ação da insulina passará a surgir, depois de algum tempo, pela simples audição do assobio. O metabolismo do animal alterou-se, passando a responder com hipoglicemia a um estímulo sonoro que nada tem a ver, em condições normais, com o metabolismo dos glicídios.

O Sistema Nervoso Central e os Reflexos Conditionados

Finalmente, através do que ficou conhecido como a "Teoria Pavloviana da Atividade Nervosa Superior", Pavlov e seus discípulos foram os primeiros pesquisadores a integrar os estudos da psicologia do aprendizado com a análise experimental da função cerebral. Eles mostraram que os reflexos condicionados se originam no córtex cerebral, o qual, segundo as palavras de Pavlov, "é o distribuidor primário e organizador de toda as atividades do organismo". Ao longo de vários anos, ele e seus discípulos chegaram às leis básicas que governam a operação do córtex cerebral no aprendizado condicionado. 
 

Para Saber Mais

terça-feira, 30 de junho de 2015

Psicologia Científica





Psicologia no Brasil e no Pará

Os estudos de Antunes (2001) e Massini (1990) revelaram que a produção de conhecimento pertinente a área da Psicologia iniciou-se no Brasil logo após o descobrimento, precisamente no período inicial de colonização.


Fig. 16 Brasil-colônia

Por conta disso, Antunes (2001) divide a produção do conhecimento psicológico no Brasil em dois períodos: Pensamento psicológico e Psicologia Cientifica. É possível ainda, subdividir estes períodos em dois (ver diagrama a seguir).

Diagrama 1– Divisão dos períodos da Psicologia Brasileira.



No período pré-institucional (1500 -1808), destaca-se estudos, análises e discussões sobre formas de atuação sobre os chamados fatos psíquicos. Os autores eram na sua maioria brasileiros, formados em universidades européias, com função religiosa ou política na Colônia. As obras eram editadas na Europa. Os temas estudados neste período eram:

• emoções e sua cura (Padre Vieira);

• formação da personalidade (Alexandre de Gusmão), com ênfase no processo educativo;

• relação homem-trabalho, adaptação ao ambiente e formação do caráter brasileiro (Padre Vieira e Mello Franco); e

• loucura e sexualidade (Mello Franco).

Após a chegada da Corte Portuguesa ao Brasil (1808), inicia-se o período onde o conhecimento psicológico foi produzido vinculado a dois tipos de instituições: educacionais e médicas.

A produção vinculada às instituições educacionais se ambientou nas primeiras escolas normais brasileiras, foi realizada principalmente por teólogos, professores e médicos, na sua maioria composta por obras de cunho filosófico, que tinham como preocupação fundamental o desenvolvimento das faculdades psíquicas da criança, em especial a inteligência. Os temas estudados foram:

• fundamento da vida psíquica (alma, eu, consciência);

• fenômenos psíquicos (percepção, emoção, cognição); e

• aplicação deste conhecimento acima da elaboração de métodos de ensino eficazes.

A produção vinculada às instituições médicas se desenvolveu principalmente por meio da teses de doutoramento (espécie de trabalho de conclusão de curso) das faculdades de medicina do Rio de Janeiro e da Bahia. As áreas de interesse eram a Medicina Legal e a Medicina Social. Dentro delas destacam-se os estudos sobre:

• emoções;

• loucura (diagnóstico e tratamento de alucinações mentais, ações preventivas);

• epilepsia e crime;

• sexualidade (prostituição, ninfomania); e

• higiene escolar.

No período pré-reconhecimento da profissão (1890 – 1962) foi se desenhando progressivamente o perfil do psicólogo como um profissional diferenciado do médico e do pedagogo. Este reconhecimento da especificidade da atuação do psicólogo foi se desenvolvendo dentro do seio das mesmas instituições em que a Psicologia era construída e aplicada desde o período anterior (educacionais e médicas), e se estendeu para outra nova, ligadas as primeiras mais voltadas para a seleção e orientação profissional. Alguns fatos merecem destaque:

• Criação de laboratórios de Psicologia nos Hospícios e Asilos, a exemplo do Laboratório de Psicologia da Colônia de Psicopatas do Engenho de Dentro (1923) com seus estudos e aplicações na seleção e orientação profissional em psicoterapia, espaço de formação de psicólogos brasileiros.

• Criação de gabinetes de psicologia e das “Jornadas Brasileiras de Psicologia” pelas Ligas de Higiene Mental.

• A valorização do conhecimento dos aspectos psicológicos envolvidos no crime e delinqüência por Nina Rodrigues.

• A criação do Pedagogium (1890) onde foi fundado o primeiro laboratório de Psicologia do Brasil, com registros claros de estudos sobre a dinâmica do pensamento humano (Manoel Bonfim).

• A aplicação do conhecimento e técnicas psicológicas à seleção e orientação profissional no Instituto de Psicologia de Pernambuco, posteriormente transformado em Instituto de Seleção e Orientação Profissional – o ISOP (Ulysses Pernambucano).

• Os cursos promovidos juntamente com psicólogos estrangeiros para a formação docente na Escola de Aperfeiçoamento Pedagógico de Belo Horizonte, onde foi criada uma classe para crianças com deficiência mental, germe da Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais (Helena Antipoff).

• O Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo onde se aplicou pela primeira vez a Psicologia ao trabalho no Brasil (Roberto Mangé).

Após a efervescência do período anterior, incrementou-se a demanda por profissionais psicólogos no Brasil. Em conseqüência disso, surgem os primeiros cursos universitários de formação no Brasil, em Minas Gerais, Brasília e São Paulo no final da década de 50 e início da década da 60. Em 27 de agosto de 1962 foi publicado o Decreto Lei 4119, que reconhecia e regulamentava a profissão no Brasil.






Para se apropriar de detalhes desta trajetória leia:
ANTUNES, M. A. M. A Psicologia no Brasil: leitura histórica sobre sua constituição. São Paulo: UNIMARCO / EDUC, 2001.











Além de consultar o site oficial do Conselho Federal de Psicologia, onde estão disponíveis as primeiras resoluções que regulamentam a ação e formação profissional no Brasil:
http://www.pol.org.br





No Estado do Pará, Bordin (1983, p. 1) afirma que a Psicologia pode ser dividida em dois períodos:

o primeiro, que precede a instalação dos cursos superiores de Psicologia (Bacharelado, Licenciatura e Formação de Psicólogo) e o segundo período subseqüente no qual a marca da existência desse profissional torna-se significativa na região.

Os pioneiros na criação do curso de Psicologia no Pará, especificamente em Belém foram os professores: Ivo Freitas, Samuel Sá e Artêmio Ferreira, que estabeleceram contatos com a UnB e a USP com vista a compor o projeto pedagógico do curso. O curso passou a funcionar em 1974 com 60 alunos na UFPa e foi reconhecido em 1979 (Decreto 1219). Em 1980, passou a funcionar o curso de Psicologia das Faculdades Integradas do Colégio Moderno (FICOM), uma das instituições que deram origem a UNESP, atual UNAMA.

A expansão e a atuação dos profissionais de Psicologia vem se consolidando ao longo dos anos em diferentes áreas de atuação, algumas das quais você conheceu durante a realização da Atividade 1.2 (unidade 1). Hoje contamos com cursos de pós-graduação específicos em Psicologia funcionando na UEPA e na UFPa.






Para conhecer mais detalhes sobre a história da Psicologia no Pará, sugerimos a leitura de:
MONTEIRO, J. B.; FEITOSA, E. S. A inserção e trajetória do psicólogo na instituição hospitalar psiquiátrica no Estado do Pará: a busca de uma identidade. Belém: SPEP, 2000.





Síntese da Unidade

A criação da Psicologia Científica é uma obra assinada por vários autores, alguns que conhecemos na unidade anterior (os filósofos) e outras que conhecemos agora (os fisiólogos). Estes últimos, fundamentais na construção de instrumentos e estratégias para investigar experimentalmente (como pedia a época – Positivismo) os fenômenos mentais, em especial a percepção humana. Wundt o primeiro psicólogo, por sinal fisiólogo de formação, segue a trilha dessa Psicologia Fisiológica no laboratório de Leipzig. Esta Psicologia Fisiológica significou apenas a primeira proposta de se fazer Psicologia Científica.

Logo a Psicologia atravessou o Atlântico e nos E.U.A conheceu outras propostas: a de Titchener (a Psicologia Estrutural) com suas investigações sobre a consciência com método, objetivos e concepções sobre a mente muito diferentes de Wundt; a de James, Dewey, Angell, Carr e Woodworth (a Psicologia Funcional) com o fim do monismo metodológico, com ampliação de interesse, campos e sujeitos de investigação sob a influência darwinista; a de Watson (o Behaviorismo) com o forte propósito de banir a mente e a consciência do campo de investigações psicológicas, buscando o estudo objetivo de comportamento, para ele explicável apenas pela relação S-R; a de C. R. Rogers (a Abordagem Centrada na Pessoa) que fez o caminho contrário, iniciou-se na área de aplicação e posteriormente voltou-se para a construção da teoria científica. Na própria Alemanha, a Psicologia Científica de Wundt conheceria oposições, a mais forte dela feita pela Psicologia da Gestalt de Wertheimer, Koffka e Köhler, com sua proposta holística de explicação da percepção, aprendizagem e criatividade em homens e animais.

Somando-se a esta intensa movimentação dos primeiros anos da Psicologia Científica surge S. Freud que com suas investigações sobre a doença mental culminam com a proposição da Psicanálise, ao mesmo tempo, sistema explicativo de funcionamento psíquico e método de intervenção clínica, que foi fundamental para a ampliação das investigações psicológicas a um campo ainda inexplorado: o inconsciente.

Esta Psicologia estudada por nós nesta unidade atravessou a história de vários países, no Brasil veio sendo construída desde os tempo do Brasil-Colônia, época em que se podia falar em conhecimento científico em Psicologia e atravessando diferentes épocas da nossa história veio a se constituir como uma área do conhecimento necessária e diferenciada no período de 1890 a 1962, quando a demanda pelos serviços psicológicos gerou o reconhecimento da profissão (Decreto Lei 4119/ 27 de agosto) e a criação dos primeiros cursos de formação.

Nesta unidade, você também conheceu um pouco da chegada da Psicologia no Pará, pela via de profissionais formados em outros estados e pela fundação de seus dois cursos superiores na UFPa (1974) e na FICOM atual UNAMA (1980).


REFERÊNCIAS

ANTUNES, M. A. M. A Psicologia no Brasil: leitura histórica sobre sua constituição. São Paulo: UNIMARCO / EDUC, 2001.

BARRETO, C. L. B. T. A evolução da terapia centrada no cliente. In: GOBBI, S. L.; MISSEL, S. T. Abordagens centrada na pessoa: vocabulário e noções básicas. Tubarão: UNISUL, 1998. p. 167- 183.

BORDIN, F. M. História da Psicologia no Pará. Belém: mimeo, 1983 (ensaio).

CARRARA, K. Behaviorismo Radical: crítica e metacrítica. Marília: UNESP/ FAPESP, 1998. capítulos 2, 4 e 5.

COSTA, N. Terapia analítico-comportamental: dos fundamentos filosóficos à relação com o modelo cognitivista. Santo André: ESETec, 2002.

DARWIN, C. A origem das espécies: esboço de 1842. Trad. Mario Fondelli. Rio de Janeiro: 1996. (Série Clássicos Econômicos Newton, v. 9).

______. A expressão das emoções no homem e nos animais. Trad. Leon de Souza Lobo Garcia. São Paulo: Companhias das Letras, 2000. Originalmente publicado em 1872.

GOBBI, S. L. Carl Rogers: vida e obra. In:______.; MISSEL, S. T.Abordagens centrada na pessoa: vocabulário e noções básicas. Tubarão: UNISUL, 1998. p. 261 – 271.

HERRMANN, F. O que é Psicanálise? São Paulo: Brasiliense, 1996.

JORGE, M. A. C.; FERREIRA, N. P. Freud: criador da Psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar, 2002. (Coleção Psicanálise Passo-a-Passo 14).

KUPFER, M. C. Freud e a educação. São Paulo: Scipione, 1997. (Coleção Pensamento e ação no Magistério).

MARX, M. H.; HILLEX, W. Sistemas e teorias em Psicologia. 9. ed. São Paulo: Cultrix, 1993. p. 59 – 66.

MASSIMI, M. História da Psicologia Brasileira. São Paulo: EPU, 1990.

MONTEIRO, J. B.; FEITOSA, E. S. A inserção e trajetória do psicólogo na instituição hospitalar psiquiátrica no Estado do Pará: a busca de uma identidade. Belém: SPEP, 2000.

PAIXÃO, C. J. A moral positivista na sociedade brasileira do século XIX. Belém: UNAMA, 2004.

RIBEIRO, I. R. Raízes da Psicologia. Petrópolis: Vozes, 1997.

ROSA, E. Z.; KAHHALE, E. M. P. Psicologia Humanista: uma tentativa de sistematização da denominada terceira força em Psicologia. In: KAHHALE, E. M. P. A diversidade da Psicologia: uma construção teórica. São Paulo: Cortez, 2002. p. 115 – 156.

______; RIBEIRO, A. M.; MARKUNAS, M. Psicanálise. In: KAHHALE, E. M. P.A diversidade da Psicologia: uma construção teórica. São Paulo: Cortez, 2002. p. 115 – 156.

SCHULTZ, D. P; SCHULTZ, S. E. História da Psicologia Moderna. 14. ed. São Paulo: Cultrix, 1999.

TEIXEIRA, R. P., NUNES, M. L. T. A natureza cientifica da Psicologia. Revista Psicologia Argumento, v. 18, n. 27, p. 67 -78, 2000.

ZIMERMAN, D. E. Fundamentos psicanalíticos: teoria, técnica e clínica, uma abordagem didática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999

Psicologia Ciência e Profissão

Boa noite leitores,
vou postar um texto sobre a importância da Psicologia como profissão, já que muitas pessoas acabam deturpando a imagem tanto do profissional como da área por vezes querendo dar um tom de miticismo ao exercício profissional, muitas pessoas devido ao senso comum e o que houve falar sobre Psicologia acreditam que o Psicologo  é capaz de ler a mente das pessoas ou algo do tipo, cabe esclarecer a estas  pessoas que este profissional apenas tem suporte técnico e cientifico para analisar o comportamento humano identificar suas patologias e transtornos e assim traçar uma terapia que possa beneficiar o cliente/paciente ,a psicologia como ciência de fato é nova sim diante de todos os períodos que atravessou para se solidificar , mas podemos afirmar com veracidade que esta ai umas das contribuições importantes da ciência que é prever e controlar o comportamento humano,criando assim métodos corretivos e preventivos  de estados que geram sofrimentos psíquicos a nós seres humanos.  Espero que gostem do texto.

Behaviorismo – Definição e História







A idéia central do behaviorismo é basicamente formulada como a possibilidade de existir uma ciência do comportamento. Dependendo do behaviorista esta visão pode ser diferente, não alterando a premissa de que haja uma ciência do Comportamento.

Filosofia da Ciência

Existe um debate em torno do behaviorismo, a ciência do comportamento, ser a própria psicologia ou uma área parte ou independente da psicologia. Contudo, sendo o behaviorismo um conjunto de idéias sobre essa ciência chamada análise do comportamento, e não a propriamente dita ciência, o behaviorismo não é uma ciência, mas a filosofia da ciência. Abordando assim, como filosofia, tópicos sobre por que fazemos o que fazemos e o que devemos e não devemos fazer.




História - De Filosofia à Ciência

Todas as ciências tiveram suas origens na filosofia. E a medida que os séculos se sucederam os ramos da filosofia romperam e se especializaram. Assim como a psicologia, que até a década de 40 era raro encontrar um departamento de psicologia. E na última metade do século XIX, tornou-se comum chamar a psicologia de “ciência da mente”. Como método, os psicólogos propuseram a introspecção inicialmente para estudar a mente. Disso duas correntes de pensamento se somaram para corroer esta visão a psicologia objetiva e a comparativa.

Psicologia Objetiva

Não a vontade com a introspecção, pois outras ciências utilizavam métodos objetivos que produziam medidas verificáveis e replicáveis em laboratórios do mundo inteiro, outros psicólogos como Gustav Fechner, 1801-1887,desenvolveram outros métodos que pareciam medir a intensidade subjetiva da sensação, desenvolvendo uma escala que se baseava na diferença apenas perceptível, ou seja, a menor diferença física entre duas luzes ou sons que uma pessoa conseguia detectar. Hermann Ebbinghaus, 1850 – 1909, mediu o tempo que ele levava para aprender e reaprender listas de sílabas sem sentido, a fim de produzzir medidas de aprendizagem e memória. I. P Pavlov, 1849 – 1936, desenvolveu um método para o estudo da aprendizagem e associação através da medida de um reflexo simples transferido para novos sinais apresentados n olaboratório. Traziam assim, a perspectiva de que a psicologia poderia transformar-se em uma verdadeira ciência;

Psicologia Comparativa

Conforme nasceu a noção de continuidade da espécie, por Darwin, de que mesmo sendo claramente diferentes as espécies também se assemelham à medida que compartilham a mesma história evolutiva, tornaram-se comuns as comparações entre outras espécies e a nossa. George Romanes, levou esse raciocínio a sua conclusão lógica, chegando a defender que nossa própria consciência deve servir de base para nossas conjeturas sobre uma eventual tênue consciência que ocorra em formigas.Este antropomorfismo, ou “humanizar a besta” soou como especulação para alguns. O problema das afirmações sobre consciência animal é que ficava a mercê de vieses individuais, do caráter subjetivo das observações, pondo que a discordância não poderia ser resolvida através de outros experimentos. John B Watson, disse ainda que as inferências sobre as consciências animais eram menos confiáveis do que a introspecção e que nenhuma poderia servir como ciência.

Primeira Versão do Behaviorismo

Watson ppublicou o ártico “Psichology as the Behaviorist Wiews It” tomado como manifesto do incipiente behaviorismo e, guiado pela psicologia objetiva, articulou a crescente insatisfação com os métodos anteriores, como a introspecção e a analogia. Dizia ainda que por se emaranhar nesses esforços infrutíferos, causaram a definição de psicologia como ciência da consciência, definição que era responsável pela incapacidade da psicologia se tornar uma verdadeira ciência. Para ele, evitar os termos relacionados à consciência e a mente, deixariam a psicologia livre para estudar o comportamento humano e animal. Essa ciência do comportamento, não usaria termos tradicionais referentes à mente e consciência e evitaria a subjetividade da introspecção e analogias, estudando só o comportamento objetivamente observável. Apesar de algumas divergências entre os behavioristas, todos concordam com a premissa básica de que é possível criar uma ciência natural do comportamento e que a psicologia pode ser esta ciência.

Livre Arbítrio Versus Determinismo


O livre arbítrio dizia que a capacidade do indivíduo fazer escolhas supõe algo dentro do indivíduo, juntamente com o ambiente e a hereditariedade, sendo as pessoas livres para escolher suas respostas, enquanto odeterminismo pregava a noção de que o comportamento é determinado unicamente pela hereditariedade pelo ambiente.

Argumentos Pró e Contra Livre Arbítrio

A crença de que o comportamento é determinado poderia encorajar ditaduras e resumidamente que a negação do livre arbítrio poderia solapar toda a estrutura moral de nossa sociedade. Mas, mesmo a democracia se baseando na escolha, uma escolha não se torna sem sentido ou impossível de acontecer se não houver livre arbítrio. Essa idéia de que desapareceria se não existisse provém de uma noção muito simplista da alternativa ao livre arbítrio. Por isso é necessário que o conhecimento advindo de uma ciência do comportamento esteja a serviço do bom uso, sem a necessidade do abuso.


Estéticamente é atribuído pelos críticos do livre arbítrio que ele é ilógico quando associado a noção de um Deus onipotente. Os defensores, contrapõe que os cientistas não podem prever em detalhes as ações de um indivíduo, podendo ser possível de existir mesmo que seja um mistério. Os behavioristas, respondem que é exatamente sua natureza misteriosa que o torna inaceitável, ao levantar o problema que outras ciências tiveram de superar: Como uma causa não-natural pode levar a eventos naturais? Os behavioristas dão a resposta de outras ciências também: Os eventos naturais provém somente de outros eventos naturais.

Daiana Cristina Rauber - Teorias Comportamentais e Cognitivistas. II Período de Psicologia.

Resumo de Baum (Cap. 1 - p. 21 – 34)

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Estimulo X Resposta



Os conceitos de estímulo e resposta não podem ser entendidos separadamente. Qualquer evento do meio torna-se um estímulo se for seguido por uma resposta. Estes termos são de fundamental importância para que possamos estudar a relação do meio com o comportamento de forma específica e mais precisa. O behaviorismo estuda esta relação e, como o meio e o comportamento são conceitos muito amplos, definiu estímulo e resposta como unidades básicas da descrição e como ponto de partida para que fosse possível realizar uma ciência do comportamento. Qualquer relação entre estímulo, representado pela letra R, e resposta, representada pela letra S, é denominada de reflexo.


Este termo também é usado para denominar as respostas para as quais os respectivos estímulos não são claramente observáveis. Um exemplo disto é quando uma criança começa a bater palmas repentinamente, e não sabemos exatamente o porquê. Entre o aparecimento de um estímulo e a emissão de uma resposta existem eventos corporais. Os estímulos afetam os órgãos dos sentidos, que quando excitados, fazem com que os impulsos nervosos sejam transmitidos até o cérebro ou medula e daí aos músculos e glândulas. É desta seqüência que resultam as respostas que, relacionadas com os estímulos, é o que interessa aos psicólogos comportamentais.

Bom dia a Todos os Psicólogos , Estudantes e Simpatizantes

Quero comunicar que logo mais vou postar um pequeno texto sobre estímulo e resposta para ajudar aí quem sente dificuldades para diferenciar ambos ou esclarecer para os interessados. Até mais e boms estudos.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Reforço Positivo X Reforço Negativo

Boa Noite. iremos  falar hoje sobre reforço positivo e negativo, no senso comum geralmente para quem não estuda Psicologia ou afins quando falamos em positivo temos como consequência a ideia de algo que é bom  por exemplo: Ganhar na loteria, passar em uma Prova etc e temos por conceito de negativo tudo que é ruim, seja desastre,tristeza etc  na verdade cientificamente  falando nem um dos conceitos no senso comum esta correto. Quando falamos de reforço positivo na Psicologia  falamos de adição, de algo que se acrescenta ao ambiente e ao mesmo tempo aumenta a probabilidade de determinado comportamento se repetir vamos ver um exemplo pratico:

João presenteia a namorada com um chocolate sempre que ela chega no horário marcado , a namorada de João gosta de chocolate portanto o chocolate é o REFORÇADOR para a emissão do COMPORTAMENTO de chegar no horário, dar o chocolate para a namorada é um reforço positivo já que não havia chocolate e este foi adicionado aumentando a probabilidade da namorada de João de emitir determinado comportamento que seria chegar no horário marcado.

  Porém quando falamos de Reforço Negativo falamos de algo que é retirado do ambiente e diminui a probabilidade de determinado comportamento ocorrer vamos ao seguinte exemplo:  

João não da chocolate para a namorada sempre que ela chega atrasada de acordo com o horário marcado. Não dar chocolate para a namorada é um REFORÇO NEGATIVO já que algo é retirado da contingencia ( ambiente ) e diminui a probabilidade do COMPORTAMENTO de chegar atrasada da sua namorada se manter, pois ela sabe que caso chegue atrasada não irá ganhar o chocolate, para um estudante  de Psicologia isso é o básico para se entender   posteriormente esquema de reforçamento no qual iremos dissertar sobre o mesmo, espero ter contribuído e desejo ótimo fim de
semana a todos.

domingo, 14 de junho de 2015


Introdução ao Behaviorismo

A palavra "Behaviorismo" vem de "behavior", em inglês, que se refere ao comportamento. A teoria também é conhecida por comportamentalismo, teoria comportamental, análise experimental do comportamento, análise do comportamento, etc. O behaviorismo surgiu como uma proposta para aPsicologia, para tomar como seu objeto de estudo o comportamento, pois este é visível e, portanto, passível de observação por uma ciência positivista. É a parte da psicologia que vai dizer que o meiodetermina o sujeito. A sua meta é a previsão e controle do comportamento.



John B. Watson
O termo "Behaviorismo" foi utilizado inicialmente em 1913 em um artigo denominado “Psicologia: como os behavioristas a vêem” por John B. Watson. O Behaviorismo nasceu como uma reação ao mentalismo, ao introspeccionismo e à Psicanálise, que tentavam lidar com o funcionamento interior e não observável da mente.

J. B. Watson (1878-1958) é considerado o autor do behaviorismo, mas é necessário dizer que Watson foi, na verdade, o porta-voz dessa abordagem, devendo ser lembrado que antes de Watson, dois pesquisadores deram os primeiros passos dessa abordagem: o americano E. L. Thorndike (1874-1949) e o russo Ivan Pavlov (1849-1936).


Na Idade Média, a igreja explicava a ação e o comportamento do homem pela posse de uma alma. Depois, os cientistas o faziam pela existência de uma mente. As faculdades ou capacidades da alma causavam e explicavam o comportamento do homem. Os objetos e eventos criavam idéias em suas mentes e essas idéias geravam seu comportamento. Veja que ambas são posições essencialmente dualistas: o homem é concebido como tendo duas naturezas, uma divina e uma material, ou uma mental e uma física, como preferir. Além disso, note a circularidade do argumento: ao mesmo tempo em que essa alma ou mente causavam e explicavam o comportamento, esse comportamento era a única evidência desta alma ou desta mente.


Ao mesmo tempo em que os psicólogos tentavam fazer da psicologia uma ciência objetiva, a teoria da evolução estava tendo um efeito profundo sobre a psicologia ao definir os seres humanos não mais como entes separados das outras coisas vivas, dando a todas as espécies a mesma história evolutiva. Presumia-se assim, que poderia também se ver a origem de nossos traços mentais em outras espécies, mesmo que de forma mais simples e rudimentar. Por conta disso, no final do século XIX e início do século XX, alguns psicólogos passaram a conduzir experimentos com animais.



Watson é conhecido como o pai do Behaviorismo Metodológico ou Clássico, que crê ser possível prever e controlar toda a conduta humana, com base no estudo do meio em que o indivíduo vive e nas teorias de Pavlov sobre o condicionamento – a conhecida experiência com o cachorro, que saliva ao ver comida, mas também ao mínimo sinal, som ou gesto que lembre a chegada de sua refeição. Mas nem toda conduta individual pode ser detectada seguindo-se esse modelo teórico, daí a geração de outras teses.


Comportamento é o observável e, por definição, observável pelo outro, isto é, externamente observável. Comportamento, para ser objeto de estudo do behaviorista, deve ocorrer afetando os sentidos do outro, deve poder ser contado e medido pelo outro. O sentido de "Behaviorismo" foi sendo modificado com o correr do tempo e hoje já não se entende o comportamento como uma ação isolada do sujeito, mas uma interação entre o ambiente (onde o "fazer" acontece) e o sujeito (aquele que "faz"), passando o "Behaviorismo" a se dedicar ao estudo das interações entre o sujeito e o ambiente, e as ações desse sujeito (suas respostas) e o ambiente (os estímulos). Por exemplo, a aprendizagem é descrita como uma mudança no comportamento observável, devido à alteração da força com que a resposta está associada a estímulos externos ou estímulos internos no corpo. Aprendizagem = Condicionamento. Se queremos que uma pessoa aprenda um comportamento, devemos condicioná-la a uma aprendizagem.


Ivan Pavlov
A palavra "estímulo" veio de Pavlov (outra influência sofrida por Watson e os behavioristas da época e da qual também Skinner não conseguiu se livrar) e referia-se à troca de energia entre o ambiente e o organismo, quanto à operação realizada pelo experimentador em seu laboratório, uma parte ou mudança em parte do mundo físico que causava uma mudança no organismo ou parte do organismo, a resposta. Essa mudança observável no organismo biológico seria o comportamento. Comportamento = Estímulo + Resposta. A manipulação experimental por excelência seria a reprodução desse modelo, a operação "S -> R".
S = o estímulo do ambiente (estímulos)
R = resposta ou o comportamento do indivíduo como resultado de uma estimulação.

Skinner e o Comportamento Operante



Após Watson, o mais importante behaviorista foi B. F. Skinner.




B. F. Skinner
Skinner criou, na década de 40, o Behaviorismo Radical, como uma proposta filosófica sobre o comportamento do homem. Ele foi radicalmente contra causas internas, ou seja, mentais, para explicar a conduta humana e negou também a realidade e a atuação dos elementos cognitivos, opondo-se à concepção de Watson, que só não estendia seus estudos aos fenômenos mentais pelas limitações da metodologia, não por eles serem irreais. Em resumo, ele acredita que o indivíduo é um ser único, homogêneo, não um todo constituído de corpo e mente. Enquanto a principal preocupação dos outros eram os métodos das ciências naturais, a de Skinner era a explicação científica definindo como prioridade para a ciência do comportamento, o desenvolvimento de termos e conceitos que permitissem explicações verdadeiramente científicas. A expressão utilizada pelo próprio Skinner em 1945 tem como linha de estudo a formulação do "comportamento operante".

O condicionamento operante explica os comportamentos aprendidos durante a ontogenia do organismo. A diferença fundamental entre o condicionamento clássico e condicionamento operante é que o segundo pressupõe um ser ativo no seu ambiente.

Crítica e defesa do Behaviorismo


O behaviorismo não ocupa mais um espaço predominante na Psicologia, embora ainda seja um tanto influente nesta esfera. Os críticos dizem que o behaviorismo simplifica demasiado o comportamento humano e que vê o ser humano como um autômato ao invés de uma criatura com vontade e metas. O desenvolvimento das Neurociências, que ajuda a compreender melhor, hoje, o que ocorre na mente humana em seus processos internos, aliado à perda de prestígio dos estímulos como causas para a conduta humana, e somado às críticas de estudiosos renomados como Noam Chomsky, o qual alega que esta teoria não é suficiente para explicar fenômenos da linguagem e da aprendizagem, levam o Behaviorismo a perder espaço entre as teorias psicológicas dominantes.


"Quando lidamos com seres humanos dotados de vontade livre, nossa predição e controle falham. O homem tem liberdade de escolha." (Lundim, 1977)
Independente do que os críticos dizem, a abordagem comportamentalista exerceu uma forte influência na Psicologia aplicada, principalmente nos Estados Unidos, levando ao estudo de problemas reais relativos a comportamento. E uma vez que aprendizagem é uma forma de mudança de comportamento, o procedimento de modificação de comportamento desenvolvido pelos comportamentalistas foi útil a muitos professores. 

# ...

Por hoje, deixarei essa introdução. Outros dias abordarei de forma mais aprofundada alguns dos temas introduzidos, como o comportamento operante, respondente, os reforços, punições e etc.

Leia também:

Para quem quiser ler mais sobre o tema, indico o Capítulo 03 do livro Psicologias, de Ana Merces Bahia Bock, Odair Furtado e Maria de Lourdes.
Na parte dos filmes, indico Truman: O Show da Vida, para abrir debate sobre o controle social do comportamento. Até que ponto somos livres? Nossa vida é menos controlada do que a de Truman?
E, por fim, o filme Cão de Briga, que ilustra bem o comportamento induzido pelo meio. Depois, sugiro que leia a ánalise Cão de Briga e Behaviorismo.



sábado, 13 de junho de 2015

Biografia de Skinner o Teórico e Experimentador da Analise do Comportamento


Biografia





Skinner nasceu no dia 20 de Março de 1904 em Susquehanna, Pensilvânia, onde viveu até ir para o colégio. Segundo seu próprio relato, seu ambiente da infância era estável e não lhe faltou afeto. Ele frequentou o mesmo ginásio onde seus pais haviam estudado; havia apenas sete outros alunos em sua sala ao final do curso. Ele gostava da escola e era o primeiro a chegar todas as manhãs. Quando criança e adolescente, gostava de construir coisas: trenós, carrinhos, jangadas, carrosséis, atiradeiras, modelos de aviões e até um canhão a vapor com o qual atirava buchas de batata e cenoura nos telhados dos vizinhos. Passou anos tentando construir uma máquina de movimento perpétuo. Também tinha interesse pelo comportamento dos animais. Lia muito sobre eles e mantinha um estoque de tartarugas, cobras, lagartos, sapos e esquilos listrados. Numa feira rural, ele observou certa vez um bando de pombos numa apresentação; anos mais tarde, ele treinaria essas aves para realizar uma variedade de façanhas.


A conselho de um amigo de família, Skinner se matriculou no Hamilton College de Nova York. Ele escreveu:


“Nunca me adaptei à vida de estudante. Ingressei numa fraternidade acadêmica sem saber do que se tratava. Não era bom nos esportes e sofria muito quando as minhas canelas eram atingidas no hóquei sobre o gelo ou quando melhores jogadores de basquete faziam tabela na minha cabeça… Num artigo que escrevi no final do meu ano de calouro, reclamei de que o colégio me obrigava a cumprir exigências desnecessárias (uma delas era a presença diária na capela) e que quase nenhum interesse intelectual era demonstrado pela maioria dos alunos. No meu último ano, eu era um rebelde declarado”.


Como parte dessa revolta, Skinner instigava trotes que muito perturbaram a comunidade acadêmica e se entregava a ataques verbais aos professores e à administração. Sua desobediência continuou até o dia da graduação, quando na abertura das cerimônias, o diretor o alertou, e aos seus amigos, que, se não se comportassem, não colariam grau.


Ele se formou em inglês, recebeu a chave simbólica da Phi Beta Kappa e manifestou o desejo de tornar-se escritor. Quando criança, tinha escrito poemas e histórias, e, em 1925, num curso de verão de sobre redação, o poeta Robert Frost fizera comentários favoráveis sobre seu trabalho. Durante dois anos depois da formatura, Skinner dedicou-se a escrever e então decidiu que não tinha “nada importante a dizer”. Sua falta de sucesso como escritor o deixou tão desesperado que ele pensou em consultar um psiquiatra. Considerou-se um fracasso e estava com sua auto-estima abalada. Também estava desapontado no amor; ao menos uma meia dúzia de jovens havia rejeitado suas investidas, deixando-o com o que ele descreveu como intensa dor física. Skinner ficou tão perturbado que gravou a inicial do nome de uma mulher no braço, onde ela ficou durante anos.


Depois de ler sobre John B. Watson e Ivan Pavlov, Skinner decidiu transferir seu interesse literário pelas pessoas para um interesse mais científico. Em 1928, inscreveu-se na pós-graduação de psicologia em Harvard, embora nunca tivesse estudado psicologia antes. Foi para a pós-graduação, disse ele, “não porque fosse um adepto totalmente comprometido da psicologia, mas para fugir de uma alternativa intolerável”. Comprometido ou não, doutorou-se três anos mais tarde. Seu tema de dissertação dá um primeiro vislumbre da posição a que ele iria aderir por toda a sua carreira. Sua principal proposição era de que um reflexo não é senão a correlação entre um estímulo e uma resposta.


Depois de vários pós-doutorados, Skinner foi dar aulas na Universidade de Minnesota (1936–45) e na Universidade de Indiana (1945–47). Em 1947, voltou a Harvard. Seu livro de 1938, “O Comportamento dos Organismos”, descreve os pontos essenciais de seu sistema. Cinquenta anos mais tarde, esse livro foi considerado “um dos poucos livros que mudaram a face da psicologia moderna”, e ainda é muito lido. Seu livro de 1953, “Ciência e Comportamento Humano”, é o manual básico da sua psicologia

comportamentalista.


Skinner manteve-se produtivo até a morte, aos oitenta e seis anos, trabalhando até o fim com o mesmo entusiasmo com que começara uns sessenta anos antes. Em seus últimos anos de vida, ele construiu, no porão de sua casa, sua própria “caixa de Skinner” – um ambiente controlado que propiciava reforço positivo. Ele dormia ali num tanque plástico amarelo, de tamanho apenas suficiente para conter um colchão, algumas prateleiras de livros e um pequeno televisor. Ia dormir toda noite às dez, acordava três horas depois, trabalhava por uma hora, dormia mais três horas e despertava às cinco da manhã para trabalhar mais três horas. Então, ia para o gabinete da universidade para trabalhar mais, e toda tarde retemperava as forças ouvindo música.


Aos sessenta e oito anos, escreveu um artigo intitulado “Auto-Administração Intelectual na Velhice”, citando suas próprias experiências como estudo de caso. Ele mostrava que é necessário que o cérebro trabalhe menos horas a cada dia, com períodos de descanso entre picos de esforço, para a pessoa lidar com a memória que começa a falhar e com a redução das capacidades intelectuais na velhice. Doente terminal com leucemia, apresentou uma comunicação na convenção de 1990 da APA, em Boston, apenas oito dias antes de morrer; nela, ele atacava a psicologia cognitiva. Na noite anterior à sua morte, estava trabalhando em seu artigo final, “Pode a Psicologia ser uma Ciência da Mente?”, outra acusação ao movimento cognitivo que pretendia suplantar sua definição de psicologia. Skinner morreu em 18 de Agosto de 1990.


Nenhum pensador ou cientista do século 20 levou tão longe a crença na possibilidade de controlar e moldar o comportamento humano como o norte-americano Burrhus Frederic Skinner (1904-1990). Sua obra é a expressão mais célebre do behaviorismo, corrente que dominou o pensamento e a prática da psicologia, em escolas e consultórios, até os anos 1950. Skinner também é considerado o pai da corrente que foi denominada behaviorismo radical.
Condicionamento operante


O conceito-chave do pensamento de Skinner é o de condicionamento operante, que ele acrescentou à noção de reflexo condicionado, formulada pelo cientista russo Ivan Pavlov. Os dois conceitos estão essencialmente ligados à fisiologia do organismo, seja animal ou humano. O reflexo condicionado é uma reação a um estímulo casual. O condicionamento operante é um mecanismo que premia uma determinada resposta de um indivíduo até ele ficar condicionado a associar a necessidade à ação. É o caso do rato faminto que, numa experiência, percebe que o acionar de uma alavanca levará ao recebimento de comida. Ele tenderá a repetir o movimento cada vez que quiser saciar sua fome.


A diferença entre o reflexo condicionado e o condicionamento operante é que o primeiro é uma resposta a um estímulo puramente externo; e o segundo, o hábito gerado por uma ação do indivíduo. No comportamento respondente (de Pavlov), a um estímulo segue-se uma resposta. No comportamento operante (de Skinner), o ambiente é modificado e produz consequências que agem de novo sobre ele, alterando a probabilidade de ocorrência futura semelhante.


O condicionamento operante é um mecanismo de aprendizagem de novo comportamento – um processo que Skinner chamou de modelagem. O instrumento fundamental de modelagem é o reforço – a consequência de uma ação quando percebida por quem a pratica. Para o behaviorismo em geral, o reforço pode ser positivo (uma recompensa) ou negativo (ação que evita uma consequência indesejada). “No condicionamento operante, um mecanismo é fortalecido no sentido de tornar uma resposta mais provável, ou melhor, mais frequente”, escreveu o cientista.
Sem livre-arbítrio


Segundo Skinner, a ciência psicológica — e também o senso comum — costumava, antes do aparecimento do behaviorismo, apelar para explicações baseadas nos estados subjetivos por causa da dificuldade de verificar as relações de condicionamento operante — ou seja, todas as circunstâncias que produzem e mantêm a maioria dos comportamentos dos seres humanos. Isso porque elas formam cadeias muito complexas, que desafiam as tentativas de análise se elas não forem baseadas em métodos rigorosos de isolamento de variáveis.


Nos usos que projetou para suas conclusões científicas — em especial na educação — Skinner pregou a eficiência do reforço positivo, sendo, em princípio, contrário a punições e esquemas repressivos. Ele escreveu um romance, Walden II, que projeta uma sociedade considerada por ele ideal, em que um amplo planejamento global, incumbido de aplicar os princípios do reforço e do condicionamento, garantiria uma ordem harmônica, pacífica e igualitária. Num de seus livros mais conhecidos, Além da Liberdade e da Dignidade, ele rejeitou noções como a do livre-arbítrio e defendeu que todo comportamento é determinado pelo ambiente, embora a relação do indivíduo com o meio seja de interação, e não passiva. Para Skinner, a cultura humana deveria rever conceitos como os que ele enuncia no título da obra.
Principais influenciadores


Ivan Pavlov (1849-1936)


John B. Watson (1878-1958)
Linha do Tempo



1904

Em 23 de março, Burrhus Frederic Skinner nasce, na cidade de Susquehanna, Pensilvânia, Estados Unidos.


1928

Inicia a pós-graduação em Psicologia, em Harvard


1936

Casa-se com Yvonne Blue


1936-1945

Leciona na Universidade de Minnesota.


1938

Publica o livro The Behavior of Organisms (O Comportamento dos Organismos)


1945-1947

Leciona na Universidade de Indiana.


1947

Skinner e sua família mudam-se para Cambridge


1948

Começa a lecionar em Harvard, onde trabalhou até o fim da vida.


1948

Publica o livro Walden Two, em que idealiza uma sociedade do futuro, organizada segundo os princípios comportamentais que ele defendia.


1953

Publica o livro Science and Human Behavior(Ciência e Comportamento Humano)


1957

Publica o livro Verbal Behavior (O Comportamento Verbal)


1957

Publica, com C. B. Ferster, o livro Schedules of Reinforcement.


1968

Publica o livro The Technology of Teaching (Tecnologia do Ensino)


1971

Publica o livro Beyond Freedom and Digntity (Além da Liberdade e da Dignidade), que se tornou um best-seller nos Estados Unidos.


1974

Publica o livro About Behaviorism (Sobre o Behaviorismo)


1976

Publica o livro Particulars of My Life: Part One of an Autobiography


1978

Publica o livro Reflections on Behaviorism and Society.


1979

Publica o livro The Shaping of a Behaviorist: Part Two of an Autobiography.


1983

Publica o livro A Matter of Consequences: Part Three of an Autobiography.


1983

Publica, com M. E. Vaughan, o livro Enjoy Old Age: A Program of Self-Management (Viva bem a velhice: Aprendendo a programar sua vida)


1987

Publica o livro Upon Further Reflection.


1989

Publica o livro Recent Issues in the Analysis of Behavior (Questões Recentes na Análise Comportamental)


1990

Em 18 de agosto morre, aos 86 anos, de leucemia.



Links Relacionados


Associação de Análise do Comportamento (Association For Behavior Analysys) –www.abainternational.org


B. F. Skinner Foundation – www.bfskinner.org


Revista Brasileira de Análise do Comportamento (REBAC)


Revista de Análise Experimental do Comportamento (Journal of the Experimental Analysis of Behavior)
Referências Bibliográficas


FERRARI, Márcio. B. F. Skinner: O cientista do comportamento e do aprendizado. Revista Nova Escola. n.176, out/2004. Disponível emhttp://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/skinner-428143.shtml.


Schultz, Duane P; Schultz,

Sydney E. SCHULTZ. História da Psicologia Moderna. 15. ed. São Paulo: Cultrix, 2002.


SKINNER, B. F. (1965) Ciência e Comportamento Humano. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

Motivos Comuns Que Levam a Maioria das Pessoas a Cursarem Psicologia

Segue aqui alguns dos motivos mais comuns por que muitas pessoas decidem fazer psicologia erroneamente .

Contingência Trìplice ou Contingência de Três Termos

Todo o Comportamento Operante será analisado em uma contingência tríplice ou seja vamos analisar a ocasião a resposta e as consequências,  isso se chama analise funcional ,por tanto precisamos encaixar este comportamento em uma contingência de três termos no qual veremos a ocasião que o comportamento ocorre e suas consequências mantenedoras do comportamento, utilizaremos os seguintes termos:

O= ocasião R= resposta e C= consequência 

O é a ocasião onde ocorre a resposta o contexto antecedente que vai eliciar a resposta, R é a resposta que diz respeito a forma da resposta que aqui chamaremos de ( topografia) e C que são as consequências do comportamento, é importante lembrar que a ocasião representa um estimulo discriminativo( em que ocorre a discriminação do contexto eliciando a resposta)  ou estimulo delta ( em que não a reforço da resposta) por tanto a probabilidade daquele comportamento voltar a ocorrer é minima,por sua vez dependendo do estimulo a consequência pode ser reforçadora ,punitiva ou apenas não ter consequências o que caracteriza extinção da resposta.



Estimulo Discriminativo:  SD

Os estímulos discriminativos que definem se uma dada resposta sera reforçada ou não vamos ver um exemplo pratico para entendermos melhor:  O estimulo discriminativo seria  11:40 do sábado   que eliciaria a resposta de ligar a TV que por sua vez seria reforçada pelo Simpsons, se nos formos realizar este comportamento em outro contexto não teremos uma consequência reforçadora que no caso seria o Simpsons o contexto discriminativo seria o dia e o horário de exibição do programa ,dentro desse pequeno exemplo podem perceber que o comportamento discriminativo tem forte relação com a consequência.


Estimulo Delta :

Os estímulos delta sinaliza que não haverá reforço das respostas.sendo assim seria por exemplo:  o relógio marcando outro horário constitui um estimulo delta para a resposta de ligar a TV para assistir o Simpsons que seria o reforço.

Podemos afirmar que o organismo esta discriminando quando responde aos estímulos discriminativos no ambiente e não responde na presença de estímulos delta,lembrando que um SD para uma resposta pode ser um estimulo delta para outra, o estimulo delta sinaliza ainda a indisponibilidade do reforço ou a extinção do mesmo.

Através do estudo destas contingencias podemos entender de que forma o ser humano interage com o mundo e por que determinados comportamentos aumentam de frequência e outros diminuem basta entender estes mecanismos. 


Anderson de Jesus ,Estudante de Psicologia.











quarta-feira, 20 de maio de 2015


Objetividade e Subjetividade: uma via de mão dupla.

Cláudio Pires Cardoso

A aprendizagem ocorre na relação entre a objetividade ( a realidade, o conhecimento, a lógica, o espaço, o tempo, o intelecto) e a subjetividade ( o simbólico, o desejo, as representações, os afetos). Nos processos de ensino/aprendizagem, o simbólico se transmite ao mesmo tempo que o conhecimento dito "científico", ou seja, a transmissão do conhecimento é também a transmissão de nossas formas de ser e de crer. É importante assinalar que os processos de ensino/aprendizagem são indissociáveis porque internalizamos modelos de aprender em reciprocidade aos modelos de ensino com os quais interagimos durante a vida nos grupos aos quais pertencemos. (Beatriz Scoz)

Segundo o texto do módulo IV, 1ª lição, “...a psicopedagogia vê a aprendizagem como interface entre inteligência e desejo, razão e emoção, objetividade e subjetividade, a estratégia que for seguida deverá sempre alternar ambos os campos privilegiando aquele que mais necessita ser trabalhado em cada caso particular.” Dentro desta perspectiva, o terapeuta da aprendizagem precisará estar atento às características manifestadas pelo sujeito aprendente para poder elencar as atividades interventivas que contribuirão para a superação da dificuldade observada.
Verificando as hipóteses da modalidade de aprendizagem formadas pelo indivíduo, é possível delimitar o campo de propostas interventivas a ser aplicadas. Acompanhando o quadro abaixo podemos melhor compreender o binômio objetividade/subjetividade e suas implicações quando estas não estiverem equilibradas de modo a proporcionar ao sujeito a aprendizagem adequada.

HIPOACOMODAÇÃO

Consiste em adaptar-se para que ocorra a internalização. A sintomatização da acomodação poder resultar numa dificuldade de internalizar os objetos.

HIPERACOMODAÇÃO

Consiste em abrir-se para a internalização, o exagero disto pode levar a uma pobreza de contato com a subjetividade.

HIPOASSIMILAÇÃO

Sua sintomatização resulta na pobreza no contato com o objeto, não assimilando-o, mas apenas acomodando-o.

HIPERASSIMILAÇÃO

Consiste no predomínio dos aspectos subjetivos sobre os objetivos
Considerando que a objetividade (a realidade, o conhecimento, a lógica, o espaço, o tempo, o intelecto) e a subjetividade (o simbólico, o desejo, as representações, os afetos) são indissociáveis e deflagram nossos modos de ser e de fazer, o desequilíbrio comprometem as estruturas da aprendizagem acarretando a patologia.
Na Hipoassililação, por exemplo, sua sintomatização se traduz pela pobreza de contato com o objeto que resulta em esquemas pobres e uma dificuldade de lidar com o lúdico e a criatividade. Seria como se a energia transformativa deixasse de influenciar as estruturas cognitivas.
Se a condição do indivíduo for hiperassimilativa/hipo-acomodativa, percebemos que a criança não aprende em virtude de um mecanismo altamente subjetivo. Neste caso, a estratégia interventiva deve privilegiar atividades objetivas, que conectem com o real.
Para melhor ilustrar esta questão apresento um breve relato de um caso.

Caso N.

N. tem 5 anos, freqüenta o 3º período da Educação Infantil de uma escola municipal. Seus pais são presentes no que tange ao acompanhamento e participação escolar. N. possui vínculo positivo com os pais e com a irmã de 11 anos, matriculada na mesma escola e no mesmo turno. Ela o ajuda em casa com suas tarefas escolares e demonstra afeto por e ele.
N. é uma criança pouco sociável e se comunica somente quando requisitado. Nos momentos da rodinha de conversa, geralmente aparenta estar desconectado e às vezes encontra-se fantasiando sobre as questões discutidas. A professora, percebendo as características de N. solicitou a ajuda do Orientador da escola que ao conversar com o aluno identificou indícios de hiperassimilativos. É fato que a criança nesta faixa etária simboliza sua realidade, entretanto, N. parece viver em um “conto de fadas”.
Segue transcrição de trecho de uma conversa com N.
  • Qual é o seu nome?
  • Eu sou um dragão voador.
  • Você gosta de voar?
  • Não posso conversar agora.
  • Por quê?
  • Meu cérebro ainda está dormindo.
Em uma entrevista com a mãe do menino, foi revelado que o pai estimula demasiadamente as fantasias do filho e que acha “uma gracinha” vê-lo viajando no mundo da imaginação. Ela não está de acordo com essa postura do marido e questiona isso temendo que N. possa apresentar distorções em sua identidade, adquirir problemas na aprendizagem e manifestar dificuldade para distinguir entre o real e o simbólico.
A partir do relato acima podemos perceber que N. vive um conflito entre a subjetividade e a objetividade, visto que recebeu estímulos que supervalorizassem sua imaginação. Por isso, grande parte do tempo, o aluno pensa estar situado em um universo paralelo à realidade. Cabe neste caso, realizar atividades que ofereçam maior contato com a lógica, com o pensamento reflexivo, com a realidade.
Evidentemente, o terapeuta da aprendizagem programará uma intervenção pautada no resgate da objetividade de N., sem, claro, prejudicar sua capacidade de simbolismo, pois para a criança é preciso desenvolver de maneira saudável o equilíbrio entre estas duas vertentes do pensamento.
Podemos concluir, segundo o relato acima que a objetividade não prescinde a subjetividade. Ambas devem atuar de forma harmônica. E, identificando os elementos causadores de conflito é possível remover as barreiras que circunstancialmente estão causando dificuldade na apreensão da realidade e na interação com o meio de modo a assimilar os conhecimentos a ele pertinentes.
Portanto, Cabe ao psicopedagogo transitar entre estes aspectos subjacentes à aprendizagem – objetividade/subjetividade – para proporcionar ao paciente um espaço de reflexão sobre si, sobre o vínculo formado com a aprendizagem, sobre a forma como a família concebe e favorece o conhecimento e sobre a modalidade de aprendizagem exercida pelo sujeito. Atuando de maneira sistemática, investigativa e assistiva é possível penetrar no mundo patológico que aprisionou a aprendizagem e apontar para as chaves que irão libertar o saber.

Bibliografia

AMARAL, Silvia. Psicopedagogia, um portal para a inserção social. Ed. Vozes. Petrópolis, 2003.
CHAMAT, Leila Sara José Chamat. Relações Vinculares e aprendizagem: um enfoque psicopedagógico. Vetor. São Paulo, 1997.
FERNÁNDEZ, Alicia. A inteligência aprisionada: abordagem psicopedagógica clínica da criança e sua família. ArtMed. Porto Alegre,1991.
__ Os idiomas do aprendente.ArtMed. Porto Alegre,2001.
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WAGNER, Adriana. Família em cena. Ed. Vozes. Petrópolis, 2002
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Webliografia:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Aprendizagem
http://www.psicopedagogia.com.br/entrevistas/entrevista.asp?entrID=31


Cláudio Pires Cardoso – Pedagogo – Orientador Educacional. Psicopedagogo Clínico Institucional. Formando em Atendimento Educacional Especializado pelo MEC. Prestador de serviços em Assessoria Pedagógica, Psicopedagógica e Motivação Humana. Contador de Histórias pelo PROLER.