terça-feira, 30 de junho de 2015

Psicologia Científica





Psicologia no Brasil e no Pará

Os estudos de Antunes (2001) e Massini (1990) revelaram que a produção de conhecimento pertinente a área da Psicologia iniciou-se no Brasil logo após o descobrimento, precisamente no período inicial de colonização.


Fig. 16 Brasil-colônia

Por conta disso, Antunes (2001) divide a produção do conhecimento psicológico no Brasil em dois períodos: Pensamento psicológico e Psicologia Cientifica. É possível ainda, subdividir estes períodos em dois (ver diagrama a seguir).

Diagrama 1– Divisão dos períodos da Psicologia Brasileira.



No período pré-institucional (1500 -1808), destaca-se estudos, análises e discussões sobre formas de atuação sobre os chamados fatos psíquicos. Os autores eram na sua maioria brasileiros, formados em universidades européias, com função religiosa ou política na Colônia. As obras eram editadas na Europa. Os temas estudados neste período eram:

• emoções e sua cura (Padre Vieira);

• formação da personalidade (Alexandre de Gusmão), com ênfase no processo educativo;

• relação homem-trabalho, adaptação ao ambiente e formação do caráter brasileiro (Padre Vieira e Mello Franco); e

• loucura e sexualidade (Mello Franco).

Após a chegada da Corte Portuguesa ao Brasil (1808), inicia-se o período onde o conhecimento psicológico foi produzido vinculado a dois tipos de instituições: educacionais e médicas.

A produção vinculada às instituições educacionais se ambientou nas primeiras escolas normais brasileiras, foi realizada principalmente por teólogos, professores e médicos, na sua maioria composta por obras de cunho filosófico, que tinham como preocupação fundamental o desenvolvimento das faculdades psíquicas da criança, em especial a inteligência. Os temas estudados foram:

• fundamento da vida psíquica (alma, eu, consciência);

• fenômenos psíquicos (percepção, emoção, cognição); e

• aplicação deste conhecimento acima da elaboração de métodos de ensino eficazes.

A produção vinculada às instituições médicas se desenvolveu principalmente por meio da teses de doutoramento (espécie de trabalho de conclusão de curso) das faculdades de medicina do Rio de Janeiro e da Bahia. As áreas de interesse eram a Medicina Legal e a Medicina Social. Dentro delas destacam-se os estudos sobre:

• emoções;

• loucura (diagnóstico e tratamento de alucinações mentais, ações preventivas);

• epilepsia e crime;

• sexualidade (prostituição, ninfomania); e

• higiene escolar.

No período pré-reconhecimento da profissão (1890 – 1962) foi se desenhando progressivamente o perfil do psicólogo como um profissional diferenciado do médico e do pedagogo. Este reconhecimento da especificidade da atuação do psicólogo foi se desenvolvendo dentro do seio das mesmas instituições em que a Psicologia era construída e aplicada desde o período anterior (educacionais e médicas), e se estendeu para outra nova, ligadas as primeiras mais voltadas para a seleção e orientação profissional. Alguns fatos merecem destaque:

• Criação de laboratórios de Psicologia nos Hospícios e Asilos, a exemplo do Laboratório de Psicologia da Colônia de Psicopatas do Engenho de Dentro (1923) com seus estudos e aplicações na seleção e orientação profissional em psicoterapia, espaço de formação de psicólogos brasileiros.

• Criação de gabinetes de psicologia e das “Jornadas Brasileiras de Psicologia” pelas Ligas de Higiene Mental.

• A valorização do conhecimento dos aspectos psicológicos envolvidos no crime e delinqüência por Nina Rodrigues.

• A criação do Pedagogium (1890) onde foi fundado o primeiro laboratório de Psicologia do Brasil, com registros claros de estudos sobre a dinâmica do pensamento humano (Manoel Bonfim).

• A aplicação do conhecimento e técnicas psicológicas à seleção e orientação profissional no Instituto de Psicologia de Pernambuco, posteriormente transformado em Instituto de Seleção e Orientação Profissional – o ISOP (Ulysses Pernambucano).

• Os cursos promovidos juntamente com psicólogos estrangeiros para a formação docente na Escola de Aperfeiçoamento Pedagógico de Belo Horizonte, onde foi criada uma classe para crianças com deficiência mental, germe da Sociedade Pestalozzi de Minas Gerais (Helena Antipoff).

• O Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo onde se aplicou pela primeira vez a Psicologia ao trabalho no Brasil (Roberto Mangé).

Após a efervescência do período anterior, incrementou-se a demanda por profissionais psicólogos no Brasil. Em conseqüência disso, surgem os primeiros cursos universitários de formação no Brasil, em Minas Gerais, Brasília e São Paulo no final da década de 50 e início da década da 60. Em 27 de agosto de 1962 foi publicado o Decreto Lei 4119, que reconhecia e regulamentava a profissão no Brasil.






Para se apropriar de detalhes desta trajetória leia:
ANTUNES, M. A. M. A Psicologia no Brasil: leitura histórica sobre sua constituição. São Paulo: UNIMARCO / EDUC, 2001.











Além de consultar o site oficial do Conselho Federal de Psicologia, onde estão disponíveis as primeiras resoluções que regulamentam a ação e formação profissional no Brasil:
http://www.pol.org.br





No Estado do Pará, Bordin (1983, p. 1) afirma que a Psicologia pode ser dividida em dois períodos:

o primeiro, que precede a instalação dos cursos superiores de Psicologia (Bacharelado, Licenciatura e Formação de Psicólogo) e o segundo período subseqüente no qual a marca da existência desse profissional torna-se significativa na região.

Os pioneiros na criação do curso de Psicologia no Pará, especificamente em Belém foram os professores: Ivo Freitas, Samuel Sá e Artêmio Ferreira, que estabeleceram contatos com a UnB e a USP com vista a compor o projeto pedagógico do curso. O curso passou a funcionar em 1974 com 60 alunos na UFPa e foi reconhecido em 1979 (Decreto 1219). Em 1980, passou a funcionar o curso de Psicologia das Faculdades Integradas do Colégio Moderno (FICOM), uma das instituições que deram origem a UNESP, atual UNAMA.

A expansão e a atuação dos profissionais de Psicologia vem se consolidando ao longo dos anos em diferentes áreas de atuação, algumas das quais você conheceu durante a realização da Atividade 1.2 (unidade 1). Hoje contamos com cursos de pós-graduação específicos em Psicologia funcionando na UEPA e na UFPa.






Para conhecer mais detalhes sobre a história da Psicologia no Pará, sugerimos a leitura de:
MONTEIRO, J. B.; FEITOSA, E. S. A inserção e trajetória do psicólogo na instituição hospitalar psiquiátrica no Estado do Pará: a busca de uma identidade. Belém: SPEP, 2000.





Síntese da Unidade

A criação da Psicologia Científica é uma obra assinada por vários autores, alguns que conhecemos na unidade anterior (os filósofos) e outras que conhecemos agora (os fisiólogos). Estes últimos, fundamentais na construção de instrumentos e estratégias para investigar experimentalmente (como pedia a época – Positivismo) os fenômenos mentais, em especial a percepção humana. Wundt o primeiro psicólogo, por sinal fisiólogo de formação, segue a trilha dessa Psicologia Fisiológica no laboratório de Leipzig. Esta Psicologia Fisiológica significou apenas a primeira proposta de se fazer Psicologia Científica.

Logo a Psicologia atravessou o Atlântico e nos E.U.A conheceu outras propostas: a de Titchener (a Psicologia Estrutural) com suas investigações sobre a consciência com método, objetivos e concepções sobre a mente muito diferentes de Wundt; a de James, Dewey, Angell, Carr e Woodworth (a Psicologia Funcional) com o fim do monismo metodológico, com ampliação de interesse, campos e sujeitos de investigação sob a influência darwinista; a de Watson (o Behaviorismo) com o forte propósito de banir a mente e a consciência do campo de investigações psicológicas, buscando o estudo objetivo de comportamento, para ele explicável apenas pela relação S-R; a de C. R. Rogers (a Abordagem Centrada na Pessoa) que fez o caminho contrário, iniciou-se na área de aplicação e posteriormente voltou-se para a construção da teoria científica. Na própria Alemanha, a Psicologia Científica de Wundt conheceria oposições, a mais forte dela feita pela Psicologia da Gestalt de Wertheimer, Koffka e Köhler, com sua proposta holística de explicação da percepção, aprendizagem e criatividade em homens e animais.

Somando-se a esta intensa movimentação dos primeiros anos da Psicologia Científica surge S. Freud que com suas investigações sobre a doença mental culminam com a proposição da Psicanálise, ao mesmo tempo, sistema explicativo de funcionamento psíquico e método de intervenção clínica, que foi fundamental para a ampliação das investigações psicológicas a um campo ainda inexplorado: o inconsciente.

Esta Psicologia estudada por nós nesta unidade atravessou a história de vários países, no Brasil veio sendo construída desde os tempo do Brasil-Colônia, época em que se podia falar em conhecimento científico em Psicologia e atravessando diferentes épocas da nossa história veio a se constituir como uma área do conhecimento necessária e diferenciada no período de 1890 a 1962, quando a demanda pelos serviços psicológicos gerou o reconhecimento da profissão (Decreto Lei 4119/ 27 de agosto) e a criação dos primeiros cursos de formação.

Nesta unidade, você também conheceu um pouco da chegada da Psicologia no Pará, pela via de profissionais formados em outros estados e pela fundação de seus dois cursos superiores na UFPa (1974) e na FICOM atual UNAMA (1980).


REFERÊNCIAS

ANTUNES, M. A. M. A Psicologia no Brasil: leitura histórica sobre sua constituição. São Paulo: UNIMARCO / EDUC, 2001.

BARRETO, C. L. B. T. A evolução da terapia centrada no cliente. In: GOBBI, S. L.; MISSEL, S. T. Abordagens centrada na pessoa: vocabulário e noções básicas. Tubarão: UNISUL, 1998. p. 167- 183.

BORDIN, F. M. História da Psicologia no Pará. Belém: mimeo, 1983 (ensaio).

CARRARA, K. Behaviorismo Radical: crítica e metacrítica. Marília: UNESP/ FAPESP, 1998. capítulos 2, 4 e 5.

COSTA, N. Terapia analítico-comportamental: dos fundamentos filosóficos à relação com o modelo cognitivista. Santo André: ESETec, 2002.

DARWIN, C. A origem das espécies: esboço de 1842. Trad. Mario Fondelli. Rio de Janeiro: 1996. (Série Clássicos Econômicos Newton, v. 9).

______. A expressão das emoções no homem e nos animais. Trad. Leon de Souza Lobo Garcia. São Paulo: Companhias das Letras, 2000. Originalmente publicado em 1872.

GOBBI, S. L. Carl Rogers: vida e obra. In:______.; MISSEL, S. T.Abordagens centrada na pessoa: vocabulário e noções básicas. Tubarão: UNISUL, 1998. p. 261 – 271.

HERRMANN, F. O que é Psicanálise? São Paulo: Brasiliense, 1996.

JORGE, M. A. C.; FERREIRA, N. P. Freud: criador da Psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar, 2002. (Coleção Psicanálise Passo-a-Passo 14).

KUPFER, M. C. Freud e a educação. São Paulo: Scipione, 1997. (Coleção Pensamento e ação no Magistério).

MARX, M. H.; HILLEX, W. Sistemas e teorias em Psicologia. 9. ed. São Paulo: Cultrix, 1993. p. 59 – 66.

MASSIMI, M. História da Psicologia Brasileira. São Paulo: EPU, 1990.

MONTEIRO, J. B.; FEITOSA, E. S. A inserção e trajetória do psicólogo na instituição hospitalar psiquiátrica no Estado do Pará: a busca de uma identidade. Belém: SPEP, 2000.

PAIXÃO, C. J. A moral positivista na sociedade brasileira do século XIX. Belém: UNAMA, 2004.

RIBEIRO, I. R. Raízes da Psicologia. Petrópolis: Vozes, 1997.

ROSA, E. Z.; KAHHALE, E. M. P. Psicologia Humanista: uma tentativa de sistematização da denominada terceira força em Psicologia. In: KAHHALE, E. M. P. A diversidade da Psicologia: uma construção teórica. São Paulo: Cortez, 2002. p. 115 – 156.

______; RIBEIRO, A. M.; MARKUNAS, M. Psicanálise. In: KAHHALE, E. M. P.A diversidade da Psicologia: uma construção teórica. São Paulo: Cortez, 2002. p. 115 – 156.

SCHULTZ, D. P; SCHULTZ, S. E. História da Psicologia Moderna. 14. ed. São Paulo: Cultrix, 1999.

TEIXEIRA, R. P., NUNES, M. L. T. A natureza cientifica da Psicologia. Revista Psicologia Argumento, v. 18, n. 27, p. 67 -78, 2000.

ZIMERMAN, D. E. Fundamentos psicanalíticos: teoria, técnica e clínica, uma abordagem didática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999

Psicologia Ciência e Profissão

Boa noite leitores,
vou postar um texto sobre a importância da Psicologia como profissão, já que muitas pessoas acabam deturpando a imagem tanto do profissional como da área por vezes querendo dar um tom de miticismo ao exercício profissional, muitas pessoas devido ao senso comum e o que houve falar sobre Psicologia acreditam que o Psicologo  é capaz de ler a mente das pessoas ou algo do tipo, cabe esclarecer a estas  pessoas que este profissional apenas tem suporte técnico e cientifico para analisar o comportamento humano identificar suas patologias e transtornos e assim traçar uma terapia que possa beneficiar o cliente/paciente ,a psicologia como ciência de fato é nova sim diante de todos os períodos que atravessou para se solidificar , mas podemos afirmar com veracidade que esta ai umas das contribuições importantes da ciência que é prever e controlar o comportamento humano,criando assim métodos corretivos e preventivos  de estados que geram sofrimentos psíquicos a nós seres humanos.  Espero que gostem do texto.

Behaviorismo – Definição e História







A idéia central do behaviorismo é basicamente formulada como a possibilidade de existir uma ciência do comportamento. Dependendo do behaviorista esta visão pode ser diferente, não alterando a premissa de que haja uma ciência do Comportamento.

Filosofia da Ciência

Existe um debate em torno do behaviorismo, a ciência do comportamento, ser a própria psicologia ou uma área parte ou independente da psicologia. Contudo, sendo o behaviorismo um conjunto de idéias sobre essa ciência chamada análise do comportamento, e não a propriamente dita ciência, o behaviorismo não é uma ciência, mas a filosofia da ciência. Abordando assim, como filosofia, tópicos sobre por que fazemos o que fazemos e o que devemos e não devemos fazer.




História - De Filosofia à Ciência

Todas as ciências tiveram suas origens na filosofia. E a medida que os séculos se sucederam os ramos da filosofia romperam e se especializaram. Assim como a psicologia, que até a década de 40 era raro encontrar um departamento de psicologia. E na última metade do século XIX, tornou-se comum chamar a psicologia de “ciência da mente”. Como método, os psicólogos propuseram a introspecção inicialmente para estudar a mente. Disso duas correntes de pensamento se somaram para corroer esta visão a psicologia objetiva e a comparativa.

Psicologia Objetiva

Não a vontade com a introspecção, pois outras ciências utilizavam métodos objetivos que produziam medidas verificáveis e replicáveis em laboratórios do mundo inteiro, outros psicólogos como Gustav Fechner, 1801-1887,desenvolveram outros métodos que pareciam medir a intensidade subjetiva da sensação, desenvolvendo uma escala que se baseava na diferença apenas perceptível, ou seja, a menor diferença física entre duas luzes ou sons que uma pessoa conseguia detectar. Hermann Ebbinghaus, 1850 – 1909, mediu o tempo que ele levava para aprender e reaprender listas de sílabas sem sentido, a fim de produzzir medidas de aprendizagem e memória. I. P Pavlov, 1849 – 1936, desenvolveu um método para o estudo da aprendizagem e associação através da medida de um reflexo simples transferido para novos sinais apresentados n olaboratório. Traziam assim, a perspectiva de que a psicologia poderia transformar-se em uma verdadeira ciência;

Psicologia Comparativa

Conforme nasceu a noção de continuidade da espécie, por Darwin, de que mesmo sendo claramente diferentes as espécies também se assemelham à medida que compartilham a mesma história evolutiva, tornaram-se comuns as comparações entre outras espécies e a nossa. George Romanes, levou esse raciocínio a sua conclusão lógica, chegando a defender que nossa própria consciência deve servir de base para nossas conjeturas sobre uma eventual tênue consciência que ocorra em formigas.Este antropomorfismo, ou “humanizar a besta” soou como especulação para alguns. O problema das afirmações sobre consciência animal é que ficava a mercê de vieses individuais, do caráter subjetivo das observações, pondo que a discordância não poderia ser resolvida através de outros experimentos. John B Watson, disse ainda que as inferências sobre as consciências animais eram menos confiáveis do que a introspecção e que nenhuma poderia servir como ciência.

Primeira Versão do Behaviorismo

Watson ppublicou o ártico “Psichology as the Behaviorist Wiews It” tomado como manifesto do incipiente behaviorismo e, guiado pela psicologia objetiva, articulou a crescente insatisfação com os métodos anteriores, como a introspecção e a analogia. Dizia ainda que por se emaranhar nesses esforços infrutíferos, causaram a definição de psicologia como ciência da consciência, definição que era responsável pela incapacidade da psicologia se tornar uma verdadeira ciência. Para ele, evitar os termos relacionados à consciência e a mente, deixariam a psicologia livre para estudar o comportamento humano e animal. Essa ciência do comportamento, não usaria termos tradicionais referentes à mente e consciência e evitaria a subjetividade da introspecção e analogias, estudando só o comportamento objetivamente observável. Apesar de algumas divergências entre os behavioristas, todos concordam com a premissa básica de que é possível criar uma ciência natural do comportamento e que a psicologia pode ser esta ciência.

Livre Arbítrio Versus Determinismo


O livre arbítrio dizia que a capacidade do indivíduo fazer escolhas supõe algo dentro do indivíduo, juntamente com o ambiente e a hereditariedade, sendo as pessoas livres para escolher suas respostas, enquanto odeterminismo pregava a noção de que o comportamento é determinado unicamente pela hereditariedade pelo ambiente.

Argumentos Pró e Contra Livre Arbítrio

A crença de que o comportamento é determinado poderia encorajar ditaduras e resumidamente que a negação do livre arbítrio poderia solapar toda a estrutura moral de nossa sociedade. Mas, mesmo a democracia se baseando na escolha, uma escolha não se torna sem sentido ou impossível de acontecer se não houver livre arbítrio. Essa idéia de que desapareceria se não existisse provém de uma noção muito simplista da alternativa ao livre arbítrio. Por isso é necessário que o conhecimento advindo de uma ciência do comportamento esteja a serviço do bom uso, sem a necessidade do abuso.


Estéticamente é atribuído pelos críticos do livre arbítrio que ele é ilógico quando associado a noção de um Deus onipotente. Os defensores, contrapõe que os cientistas não podem prever em detalhes as ações de um indivíduo, podendo ser possível de existir mesmo que seja um mistério. Os behavioristas, respondem que é exatamente sua natureza misteriosa que o torna inaceitável, ao levantar o problema que outras ciências tiveram de superar: Como uma causa não-natural pode levar a eventos naturais? Os behavioristas dão a resposta de outras ciências também: Os eventos naturais provém somente de outros eventos naturais.

Daiana Cristina Rauber - Teorias Comportamentais e Cognitivistas. II Período de Psicologia.

Resumo de Baum (Cap. 1 - p. 21 – 34)

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Estimulo X Resposta



Os conceitos de estímulo e resposta não podem ser entendidos separadamente. Qualquer evento do meio torna-se um estímulo se for seguido por uma resposta. Estes termos são de fundamental importância para que possamos estudar a relação do meio com o comportamento de forma específica e mais precisa. O behaviorismo estuda esta relação e, como o meio e o comportamento são conceitos muito amplos, definiu estímulo e resposta como unidades básicas da descrição e como ponto de partida para que fosse possível realizar uma ciência do comportamento. Qualquer relação entre estímulo, representado pela letra R, e resposta, representada pela letra S, é denominada de reflexo.


Este termo também é usado para denominar as respostas para as quais os respectivos estímulos não são claramente observáveis. Um exemplo disto é quando uma criança começa a bater palmas repentinamente, e não sabemos exatamente o porquê. Entre o aparecimento de um estímulo e a emissão de uma resposta existem eventos corporais. Os estímulos afetam os órgãos dos sentidos, que quando excitados, fazem com que os impulsos nervosos sejam transmitidos até o cérebro ou medula e daí aos músculos e glândulas. É desta seqüência que resultam as respostas que, relacionadas com os estímulos, é o que interessa aos psicólogos comportamentais.

Bom dia a Todos os Psicólogos , Estudantes e Simpatizantes

Quero comunicar que logo mais vou postar um pequeno texto sobre estímulo e resposta para ajudar aí quem sente dificuldades para diferenciar ambos ou esclarecer para os interessados. Até mais e boms estudos.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Reforço Positivo X Reforço Negativo

Boa Noite. iremos  falar hoje sobre reforço positivo e negativo, no senso comum geralmente para quem não estuda Psicologia ou afins quando falamos em positivo temos como consequência a ideia de algo que é bom  por exemplo: Ganhar na loteria, passar em uma Prova etc e temos por conceito de negativo tudo que é ruim, seja desastre,tristeza etc  na verdade cientificamente  falando nem um dos conceitos no senso comum esta correto. Quando falamos de reforço positivo na Psicologia  falamos de adição, de algo que se acrescenta ao ambiente e ao mesmo tempo aumenta a probabilidade de determinado comportamento se repetir vamos ver um exemplo pratico:

João presenteia a namorada com um chocolate sempre que ela chega no horário marcado , a namorada de João gosta de chocolate portanto o chocolate é o REFORÇADOR para a emissão do COMPORTAMENTO de chegar no horário, dar o chocolate para a namorada é um reforço positivo já que não havia chocolate e este foi adicionado aumentando a probabilidade da namorada de João de emitir determinado comportamento que seria chegar no horário marcado.

  Porém quando falamos de Reforço Negativo falamos de algo que é retirado do ambiente e diminui a probabilidade de determinado comportamento ocorrer vamos ao seguinte exemplo:  

João não da chocolate para a namorada sempre que ela chega atrasada de acordo com o horário marcado. Não dar chocolate para a namorada é um REFORÇO NEGATIVO já que algo é retirado da contingencia ( ambiente ) e diminui a probabilidade do COMPORTAMENTO de chegar atrasada da sua namorada se manter, pois ela sabe que caso chegue atrasada não irá ganhar o chocolate, para um estudante  de Psicologia isso é o básico para se entender   posteriormente esquema de reforçamento no qual iremos dissertar sobre o mesmo, espero ter contribuído e desejo ótimo fim de
semana a todos.

domingo, 14 de junho de 2015


Introdução ao Behaviorismo

A palavra "Behaviorismo" vem de "behavior", em inglês, que se refere ao comportamento. A teoria também é conhecida por comportamentalismo, teoria comportamental, análise experimental do comportamento, análise do comportamento, etc. O behaviorismo surgiu como uma proposta para aPsicologia, para tomar como seu objeto de estudo o comportamento, pois este é visível e, portanto, passível de observação por uma ciência positivista. É a parte da psicologia que vai dizer que o meiodetermina o sujeito. A sua meta é a previsão e controle do comportamento.



John B. Watson
O termo "Behaviorismo" foi utilizado inicialmente em 1913 em um artigo denominado “Psicologia: como os behavioristas a vêem” por John B. Watson. O Behaviorismo nasceu como uma reação ao mentalismo, ao introspeccionismo e à Psicanálise, que tentavam lidar com o funcionamento interior e não observável da mente.

J. B. Watson (1878-1958) é considerado o autor do behaviorismo, mas é necessário dizer que Watson foi, na verdade, o porta-voz dessa abordagem, devendo ser lembrado que antes de Watson, dois pesquisadores deram os primeiros passos dessa abordagem: o americano E. L. Thorndike (1874-1949) e o russo Ivan Pavlov (1849-1936).


Na Idade Média, a igreja explicava a ação e o comportamento do homem pela posse de uma alma. Depois, os cientistas o faziam pela existência de uma mente. As faculdades ou capacidades da alma causavam e explicavam o comportamento do homem. Os objetos e eventos criavam idéias em suas mentes e essas idéias geravam seu comportamento. Veja que ambas são posições essencialmente dualistas: o homem é concebido como tendo duas naturezas, uma divina e uma material, ou uma mental e uma física, como preferir. Além disso, note a circularidade do argumento: ao mesmo tempo em que essa alma ou mente causavam e explicavam o comportamento, esse comportamento era a única evidência desta alma ou desta mente.


Ao mesmo tempo em que os psicólogos tentavam fazer da psicologia uma ciência objetiva, a teoria da evolução estava tendo um efeito profundo sobre a psicologia ao definir os seres humanos não mais como entes separados das outras coisas vivas, dando a todas as espécies a mesma história evolutiva. Presumia-se assim, que poderia também se ver a origem de nossos traços mentais em outras espécies, mesmo que de forma mais simples e rudimentar. Por conta disso, no final do século XIX e início do século XX, alguns psicólogos passaram a conduzir experimentos com animais.



Watson é conhecido como o pai do Behaviorismo Metodológico ou Clássico, que crê ser possível prever e controlar toda a conduta humana, com base no estudo do meio em que o indivíduo vive e nas teorias de Pavlov sobre o condicionamento – a conhecida experiência com o cachorro, que saliva ao ver comida, mas também ao mínimo sinal, som ou gesto que lembre a chegada de sua refeição. Mas nem toda conduta individual pode ser detectada seguindo-se esse modelo teórico, daí a geração de outras teses.


Comportamento é o observável e, por definição, observável pelo outro, isto é, externamente observável. Comportamento, para ser objeto de estudo do behaviorista, deve ocorrer afetando os sentidos do outro, deve poder ser contado e medido pelo outro. O sentido de "Behaviorismo" foi sendo modificado com o correr do tempo e hoje já não se entende o comportamento como uma ação isolada do sujeito, mas uma interação entre o ambiente (onde o "fazer" acontece) e o sujeito (aquele que "faz"), passando o "Behaviorismo" a se dedicar ao estudo das interações entre o sujeito e o ambiente, e as ações desse sujeito (suas respostas) e o ambiente (os estímulos). Por exemplo, a aprendizagem é descrita como uma mudança no comportamento observável, devido à alteração da força com que a resposta está associada a estímulos externos ou estímulos internos no corpo. Aprendizagem = Condicionamento. Se queremos que uma pessoa aprenda um comportamento, devemos condicioná-la a uma aprendizagem.


Ivan Pavlov
A palavra "estímulo" veio de Pavlov (outra influência sofrida por Watson e os behavioristas da época e da qual também Skinner não conseguiu se livrar) e referia-se à troca de energia entre o ambiente e o organismo, quanto à operação realizada pelo experimentador em seu laboratório, uma parte ou mudança em parte do mundo físico que causava uma mudança no organismo ou parte do organismo, a resposta. Essa mudança observável no organismo biológico seria o comportamento. Comportamento = Estímulo + Resposta. A manipulação experimental por excelência seria a reprodução desse modelo, a operação "S -> R".
S = o estímulo do ambiente (estímulos)
R = resposta ou o comportamento do indivíduo como resultado de uma estimulação.

Skinner e o Comportamento Operante



Após Watson, o mais importante behaviorista foi B. F. Skinner.




B. F. Skinner
Skinner criou, na década de 40, o Behaviorismo Radical, como uma proposta filosófica sobre o comportamento do homem. Ele foi radicalmente contra causas internas, ou seja, mentais, para explicar a conduta humana e negou também a realidade e a atuação dos elementos cognitivos, opondo-se à concepção de Watson, que só não estendia seus estudos aos fenômenos mentais pelas limitações da metodologia, não por eles serem irreais. Em resumo, ele acredita que o indivíduo é um ser único, homogêneo, não um todo constituído de corpo e mente. Enquanto a principal preocupação dos outros eram os métodos das ciências naturais, a de Skinner era a explicação científica definindo como prioridade para a ciência do comportamento, o desenvolvimento de termos e conceitos que permitissem explicações verdadeiramente científicas. A expressão utilizada pelo próprio Skinner em 1945 tem como linha de estudo a formulação do "comportamento operante".

O condicionamento operante explica os comportamentos aprendidos durante a ontogenia do organismo. A diferença fundamental entre o condicionamento clássico e condicionamento operante é que o segundo pressupõe um ser ativo no seu ambiente.

Crítica e defesa do Behaviorismo


O behaviorismo não ocupa mais um espaço predominante na Psicologia, embora ainda seja um tanto influente nesta esfera. Os críticos dizem que o behaviorismo simplifica demasiado o comportamento humano e que vê o ser humano como um autômato ao invés de uma criatura com vontade e metas. O desenvolvimento das Neurociências, que ajuda a compreender melhor, hoje, o que ocorre na mente humana em seus processos internos, aliado à perda de prestígio dos estímulos como causas para a conduta humana, e somado às críticas de estudiosos renomados como Noam Chomsky, o qual alega que esta teoria não é suficiente para explicar fenômenos da linguagem e da aprendizagem, levam o Behaviorismo a perder espaço entre as teorias psicológicas dominantes.


"Quando lidamos com seres humanos dotados de vontade livre, nossa predição e controle falham. O homem tem liberdade de escolha." (Lundim, 1977)
Independente do que os críticos dizem, a abordagem comportamentalista exerceu uma forte influência na Psicologia aplicada, principalmente nos Estados Unidos, levando ao estudo de problemas reais relativos a comportamento. E uma vez que aprendizagem é uma forma de mudança de comportamento, o procedimento de modificação de comportamento desenvolvido pelos comportamentalistas foi útil a muitos professores. 

# ...

Por hoje, deixarei essa introdução. Outros dias abordarei de forma mais aprofundada alguns dos temas introduzidos, como o comportamento operante, respondente, os reforços, punições e etc.

Leia também:

Para quem quiser ler mais sobre o tema, indico o Capítulo 03 do livro Psicologias, de Ana Merces Bahia Bock, Odair Furtado e Maria de Lourdes.
Na parte dos filmes, indico Truman: O Show da Vida, para abrir debate sobre o controle social do comportamento. Até que ponto somos livres? Nossa vida é menos controlada do que a de Truman?
E, por fim, o filme Cão de Briga, que ilustra bem o comportamento induzido pelo meio. Depois, sugiro que leia a ánalise Cão de Briga e Behaviorismo.



sábado, 13 de junho de 2015

Biografia de Skinner o Teórico e Experimentador da Analise do Comportamento


Biografia





Skinner nasceu no dia 20 de Março de 1904 em Susquehanna, Pensilvânia, onde viveu até ir para o colégio. Segundo seu próprio relato, seu ambiente da infância era estável e não lhe faltou afeto. Ele frequentou o mesmo ginásio onde seus pais haviam estudado; havia apenas sete outros alunos em sua sala ao final do curso. Ele gostava da escola e era o primeiro a chegar todas as manhãs. Quando criança e adolescente, gostava de construir coisas: trenós, carrinhos, jangadas, carrosséis, atiradeiras, modelos de aviões e até um canhão a vapor com o qual atirava buchas de batata e cenoura nos telhados dos vizinhos. Passou anos tentando construir uma máquina de movimento perpétuo. Também tinha interesse pelo comportamento dos animais. Lia muito sobre eles e mantinha um estoque de tartarugas, cobras, lagartos, sapos e esquilos listrados. Numa feira rural, ele observou certa vez um bando de pombos numa apresentação; anos mais tarde, ele treinaria essas aves para realizar uma variedade de façanhas.


A conselho de um amigo de família, Skinner se matriculou no Hamilton College de Nova York. Ele escreveu:


“Nunca me adaptei à vida de estudante. Ingressei numa fraternidade acadêmica sem saber do que se tratava. Não era bom nos esportes e sofria muito quando as minhas canelas eram atingidas no hóquei sobre o gelo ou quando melhores jogadores de basquete faziam tabela na minha cabeça… Num artigo que escrevi no final do meu ano de calouro, reclamei de que o colégio me obrigava a cumprir exigências desnecessárias (uma delas era a presença diária na capela) e que quase nenhum interesse intelectual era demonstrado pela maioria dos alunos. No meu último ano, eu era um rebelde declarado”.


Como parte dessa revolta, Skinner instigava trotes que muito perturbaram a comunidade acadêmica e se entregava a ataques verbais aos professores e à administração. Sua desobediência continuou até o dia da graduação, quando na abertura das cerimônias, o diretor o alertou, e aos seus amigos, que, se não se comportassem, não colariam grau.


Ele se formou em inglês, recebeu a chave simbólica da Phi Beta Kappa e manifestou o desejo de tornar-se escritor. Quando criança, tinha escrito poemas e histórias, e, em 1925, num curso de verão de sobre redação, o poeta Robert Frost fizera comentários favoráveis sobre seu trabalho. Durante dois anos depois da formatura, Skinner dedicou-se a escrever e então decidiu que não tinha “nada importante a dizer”. Sua falta de sucesso como escritor o deixou tão desesperado que ele pensou em consultar um psiquiatra. Considerou-se um fracasso e estava com sua auto-estima abalada. Também estava desapontado no amor; ao menos uma meia dúzia de jovens havia rejeitado suas investidas, deixando-o com o que ele descreveu como intensa dor física. Skinner ficou tão perturbado que gravou a inicial do nome de uma mulher no braço, onde ela ficou durante anos.


Depois de ler sobre John B. Watson e Ivan Pavlov, Skinner decidiu transferir seu interesse literário pelas pessoas para um interesse mais científico. Em 1928, inscreveu-se na pós-graduação de psicologia em Harvard, embora nunca tivesse estudado psicologia antes. Foi para a pós-graduação, disse ele, “não porque fosse um adepto totalmente comprometido da psicologia, mas para fugir de uma alternativa intolerável”. Comprometido ou não, doutorou-se três anos mais tarde. Seu tema de dissertação dá um primeiro vislumbre da posição a que ele iria aderir por toda a sua carreira. Sua principal proposição era de que um reflexo não é senão a correlação entre um estímulo e uma resposta.


Depois de vários pós-doutorados, Skinner foi dar aulas na Universidade de Minnesota (1936–45) e na Universidade de Indiana (1945–47). Em 1947, voltou a Harvard. Seu livro de 1938, “O Comportamento dos Organismos”, descreve os pontos essenciais de seu sistema. Cinquenta anos mais tarde, esse livro foi considerado “um dos poucos livros que mudaram a face da psicologia moderna”, e ainda é muito lido. Seu livro de 1953, “Ciência e Comportamento Humano”, é o manual básico da sua psicologia

comportamentalista.


Skinner manteve-se produtivo até a morte, aos oitenta e seis anos, trabalhando até o fim com o mesmo entusiasmo com que começara uns sessenta anos antes. Em seus últimos anos de vida, ele construiu, no porão de sua casa, sua própria “caixa de Skinner” – um ambiente controlado que propiciava reforço positivo. Ele dormia ali num tanque plástico amarelo, de tamanho apenas suficiente para conter um colchão, algumas prateleiras de livros e um pequeno televisor. Ia dormir toda noite às dez, acordava três horas depois, trabalhava por uma hora, dormia mais três horas e despertava às cinco da manhã para trabalhar mais três horas. Então, ia para o gabinete da universidade para trabalhar mais, e toda tarde retemperava as forças ouvindo música.


Aos sessenta e oito anos, escreveu um artigo intitulado “Auto-Administração Intelectual na Velhice”, citando suas próprias experiências como estudo de caso. Ele mostrava que é necessário que o cérebro trabalhe menos horas a cada dia, com períodos de descanso entre picos de esforço, para a pessoa lidar com a memória que começa a falhar e com a redução das capacidades intelectuais na velhice. Doente terminal com leucemia, apresentou uma comunicação na convenção de 1990 da APA, em Boston, apenas oito dias antes de morrer; nela, ele atacava a psicologia cognitiva. Na noite anterior à sua morte, estava trabalhando em seu artigo final, “Pode a Psicologia ser uma Ciência da Mente?”, outra acusação ao movimento cognitivo que pretendia suplantar sua definição de psicologia. Skinner morreu em 18 de Agosto de 1990.


Nenhum pensador ou cientista do século 20 levou tão longe a crença na possibilidade de controlar e moldar o comportamento humano como o norte-americano Burrhus Frederic Skinner (1904-1990). Sua obra é a expressão mais célebre do behaviorismo, corrente que dominou o pensamento e a prática da psicologia, em escolas e consultórios, até os anos 1950. Skinner também é considerado o pai da corrente que foi denominada behaviorismo radical.
Condicionamento operante


O conceito-chave do pensamento de Skinner é o de condicionamento operante, que ele acrescentou à noção de reflexo condicionado, formulada pelo cientista russo Ivan Pavlov. Os dois conceitos estão essencialmente ligados à fisiologia do organismo, seja animal ou humano. O reflexo condicionado é uma reação a um estímulo casual. O condicionamento operante é um mecanismo que premia uma determinada resposta de um indivíduo até ele ficar condicionado a associar a necessidade à ação. É o caso do rato faminto que, numa experiência, percebe que o acionar de uma alavanca levará ao recebimento de comida. Ele tenderá a repetir o movimento cada vez que quiser saciar sua fome.


A diferença entre o reflexo condicionado e o condicionamento operante é que o primeiro é uma resposta a um estímulo puramente externo; e o segundo, o hábito gerado por uma ação do indivíduo. No comportamento respondente (de Pavlov), a um estímulo segue-se uma resposta. No comportamento operante (de Skinner), o ambiente é modificado e produz consequências que agem de novo sobre ele, alterando a probabilidade de ocorrência futura semelhante.


O condicionamento operante é um mecanismo de aprendizagem de novo comportamento – um processo que Skinner chamou de modelagem. O instrumento fundamental de modelagem é o reforço – a consequência de uma ação quando percebida por quem a pratica. Para o behaviorismo em geral, o reforço pode ser positivo (uma recompensa) ou negativo (ação que evita uma consequência indesejada). “No condicionamento operante, um mecanismo é fortalecido no sentido de tornar uma resposta mais provável, ou melhor, mais frequente”, escreveu o cientista.
Sem livre-arbítrio


Segundo Skinner, a ciência psicológica — e também o senso comum — costumava, antes do aparecimento do behaviorismo, apelar para explicações baseadas nos estados subjetivos por causa da dificuldade de verificar as relações de condicionamento operante — ou seja, todas as circunstâncias que produzem e mantêm a maioria dos comportamentos dos seres humanos. Isso porque elas formam cadeias muito complexas, que desafiam as tentativas de análise se elas não forem baseadas em métodos rigorosos de isolamento de variáveis.


Nos usos que projetou para suas conclusões científicas — em especial na educação — Skinner pregou a eficiência do reforço positivo, sendo, em princípio, contrário a punições e esquemas repressivos. Ele escreveu um romance, Walden II, que projeta uma sociedade considerada por ele ideal, em que um amplo planejamento global, incumbido de aplicar os princípios do reforço e do condicionamento, garantiria uma ordem harmônica, pacífica e igualitária. Num de seus livros mais conhecidos, Além da Liberdade e da Dignidade, ele rejeitou noções como a do livre-arbítrio e defendeu que todo comportamento é determinado pelo ambiente, embora a relação do indivíduo com o meio seja de interação, e não passiva. Para Skinner, a cultura humana deveria rever conceitos como os que ele enuncia no título da obra.
Principais influenciadores


Ivan Pavlov (1849-1936)


John B. Watson (1878-1958)
Linha do Tempo



1904

Em 23 de março, Burrhus Frederic Skinner nasce, na cidade de Susquehanna, Pensilvânia, Estados Unidos.


1928

Inicia a pós-graduação em Psicologia, em Harvard


1936

Casa-se com Yvonne Blue


1936-1945

Leciona na Universidade de Minnesota.


1938

Publica o livro The Behavior of Organisms (O Comportamento dos Organismos)


1945-1947

Leciona na Universidade de Indiana.


1947

Skinner e sua família mudam-se para Cambridge


1948

Começa a lecionar em Harvard, onde trabalhou até o fim da vida.


1948

Publica o livro Walden Two, em que idealiza uma sociedade do futuro, organizada segundo os princípios comportamentais que ele defendia.


1953

Publica o livro Science and Human Behavior(Ciência e Comportamento Humano)


1957

Publica o livro Verbal Behavior (O Comportamento Verbal)


1957

Publica, com C. B. Ferster, o livro Schedules of Reinforcement.


1968

Publica o livro The Technology of Teaching (Tecnologia do Ensino)


1971

Publica o livro Beyond Freedom and Digntity (Além da Liberdade e da Dignidade), que se tornou um best-seller nos Estados Unidos.


1974

Publica o livro About Behaviorism (Sobre o Behaviorismo)


1976

Publica o livro Particulars of My Life: Part One of an Autobiography


1978

Publica o livro Reflections on Behaviorism and Society.


1979

Publica o livro The Shaping of a Behaviorist: Part Two of an Autobiography.


1983

Publica o livro A Matter of Consequences: Part Three of an Autobiography.


1983

Publica, com M. E. Vaughan, o livro Enjoy Old Age: A Program of Self-Management (Viva bem a velhice: Aprendendo a programar sua vida)


1987

Publica o livro Upon Further Reflection.


1989

Publica o livro Recent Issues in the Analysis of Behavior (Questões Recentes na Análise Comportamental)


1990

Em 18 de agosto morre, aos 86 anos, de leucemia.



Links Relacionados


Associação de Análise do Comportamento (Association For Behavior Analysys) –www.abainternational.org


B. F. Skinner Foundation – www.bfskinner.org


Revista Brasileira de Análise do Comportamento (REBAC)


Revista de Análise Experimental do Comportamento (Journal of the Experimental Analysis of Behavior)
Referências Bibliográficas


FERRARI, Márcio. B. F. Skinner: O cientista do comportamento e do aprendizado. Revista Nova Escola. n.176, out/2004. Disponível emhttp://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/skinner-428143.shtml.


Schultz, Duane P; Schultz,

Sydney E. SCHULTZ. História da Psicologia Moderna. 15. ed. São Paulo: Cultrix, 2002.


SKINNER, B. F. (1965) Ciência e Comportamento Humano. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

Motivos Comuns Que Levam a Maioria das Pessoas a Cursarem Psicologia

Segue aqui alguns dos motivos mais comuns por que muitas pessoas decidem fazer psicologia erroneamente .

Contingência Trìplice ou Contingência de Três Termos

Todo o Comportamento Operante será analisado em uma contingência tríplice ou seja vamos analisar a ocasião a resposta e as consequências,  isso se chama analise funcional ,por tanto precisamos encaixar este comportamento em uma contingência de três termos no qual veremos a ocasião que o comportamento ocorre e suas consequências mantenedoras do comportamento, utilizaremos os seguintes termos:

O= ocasião R= resposta e C= consequência 

O é a ocasião onde ocorre a resposta o contexto antecedente que vai eliciar a resposta, R é a resposta que diz respeito a forma da resposta que aqui chamaremos de ( topografia) e C que são as consequências do comportamento, é importante lembrar que a ocasião representa um estimulo discriminativo( em que ocorre a discriminação do contexto eliciando a resposta)  ou estimulo delta ( em que não a reforço da resposta) por tanto a probabilidade daquele comportamento voltar a ocorrer é minima,por sua vez dependendo do estimulo a consequência pode ser reforçadora ,punitiva ou apenas não ter consequências o que caracteriza extinção da resposta.



Estimulo Discriminativo:  SD

Os estímulos discriminativos que definem se uma dada resposta sera reforçada ou não vamos ver um exemplo pratico para entendermos melhor:  O estimulo discriminativo seria  11:40 do sábado   que eliciaria a resposta de ligar a TV que por sua vez seria reforçada pelo Simpsons, se nos formos realizar este comportamento em outro contexto não teremos uma consequência reforçadora que no caso seria o Simpsons o contexto discriminativo seria o dia e o horário de exibição do programa ,dentro desse pequeno exemplo podem perceber que o comportamento discriminativo tem forte relação com a consequência.


Estimulo Delta :

Os estímulos delta sinaliza que não haverá reforço das respostas.sendo assim seria por exemplo:  o relógio marcando outro horário constitui um estimulo delta para a resposta de ligar a TV para assistir o Simpsons que seria o reforço.

Podemos afirmar que o organismo esta discriminando quando responde aos estímulos discriminativos no ambiente e não responde na presença de estímulos delta,lembrando que um SD para uma resposta pode ser um estimulo delta para outra, o estimulo delta sinaliza ainda a indisponibilidade do reforço ou a extinção do mesmo.

Através do estudo destas contingencias podemos entender de que forma o ser humano interage com o mundo e por que determinados comportamentos aumentam de frequência e outros diminuem basta entender estes mecanismos. 


Anderson de Jesus ,Estudante de Psicologia.